
Hoje é o dia mais importante da história contemporânea da Escócia. Os seus cidadãos votam para eleger se querem a independência do Reino Unido ou se preferem seguir como até agora. Se acabar por vingar o "sim" quais serão as consequências para a economia? Vão manter a libra? Vão ganhar por explorar sozinhos as suas reservas petrolíferas? Ninguém tem uma resposta exata, mas parece claro que a independência provocaria dúvidas transcendentes nos principais indicadores e no potencial do primordial setor financeiro.
À margem das implicações políticas e sociais, o "sim" impulsionaria um novo cenário macroeconómico na Escócia que se resolveria numas negociações com o Reino Unido, que se poderiam prolongar até dois anos e que poderiam modificar os pilares sobre os quais se sustentam a sua economia:
- Setor financeiro: espera-se que na banca não mude muito, no que respeita às condições dos clientes. O Banco de Inglaterra seguiria garantindo os depósitos dos escoceses durante um tempo. O grande problema pode resultar da decisão (já anunciada) dos cinco grandes bancos com sede na Escócia - Royal Bank of Scotland, Lloyds Banking Group, Clydesdale, Tesco Bank y TSB - de mudar as suas sedes de que se opte pela independência.
- Divisa: atualmente a Escócia funciona com a libra. Mas o divórcio com o Reino Unido provocaria uma dúvida. Se mantém a divisa britânica perderia o controlo da sua política monetária, que ficaria sob a alçada do Banco de Inglaterra. Se solicitar a entrada no euro será preciso ver como se dá o processo e então passaria a estar controlada por Frankfurt.
- Petróleo: o ouro negro que tem no Mar do Norte foi um dos grandes impulsos para lançar-se a pedir a independência e que garante a sua viabilidade. As grandes companhias com sede na Escócia como BP e Shell deixaram clara a sua oposição à independência, mas não é claro que abandonem posições caso vença o "sim". O Reino Unido é o maior produtor de petróleo da União Europeia e cerca de 90% é extraído de poços na Escócia.
- Futuro incerto: o PIB da Escócia é similar a países como Portugal ou Irlanda e e representa 8% do PIB de todo o Reino Unido. Com um setor bancário 12 vezes maior do que a economia do país, no caso de que rebente outra crise financeira não poderia aguentar. A independência poderia ainda afundar outras indústrias importantes como a do têxtil ou do whisky.
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