
Os efeitos da alta inflação e da subida de juros continuam a fazer-se sentir por todo o mundo. E não é só na carteira das famílias. As empresas de construção também estão em dificuldades. É isso mesmo que se está a assistir na Suécia: as construtoras abrandaram de tal forma a sua atividade que os níveis de construção de casas caíram para metade no início de 2023.
Tudo está mais caro no universo da construção. O atual contexto marcado pela inflação provocou o aumento dos preços dos materiais de construção e encareceu o financiamento bancário que muitas empresas precisam para avançar com novos projetos.
Há países que estão a sentir mais os efeitos da atual crise inflacionista do que outros. A Suécia tem sido um país especialmente impactado, com a construção a contrair – e muito. Há cada vez menos casas em construção neste país, tendo caído para metade em menos de um ano, refere a Bloomberg.
Nos primeiros três meses de 2022 começaram a ser construídas 16.675 casas na Suécia, segundo a Statistics Sweden. E este número caiu para 7.437 no primeiro trimestre de 2023, de acordo com os dados provisórios citados pelo mesmo meio. Ou seja, está-se a construir menos 55% do que no ano passado.
“Estamos na pior crise desde os anos 1990”, declarou Anna Broman, da Federação Sueca de Construção, ao jornal Dagens Nyheter. “A construção de casas cairá mais de metade em dois anos”, prevê ainda.
De recordar que neste país as taxas de juro de referência subiram para 3,5% abril, por decisão do banco central da Suécia. Este é o nível mais alto desde 2008. E que este país é um dos poucos da Zona Euro que tem sentido os preços das casas a cair (-3,7% na reta final de 2022 em termos homólogos, segundo o Eurostat), uma tendência que deverá manter-se.
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