Nuno Crespo lidera primeira trienal de arte do Vaticano em 2026

Nuno Crespo lidera evento global que pretende cruzar arte contemporânea e diálogos universitários.

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31 Outubro 2025, 17:05

O Vaticano, através do Dicastério para a Cultura e a Educação, anunciou que vai organizar uma trienal de arte contemporânea, cuja primeira edição está prevista para 2026. A iniciativa, que envolve diversas universidades católicas, terá como tema “Exercícios de Empatia” e será organizada em simultâneo em cerca de dez cidades, procurando dialogar com as cenas artísticas locais e reforçar a ligação da Igreja à arte contemporânea.

Segundo o Público, o curador-chefe do evento será Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, que foi convidado para o cargo pelo cardeal José Tolentino de Mendonça. “O cardeal Tolentino ambiciona criar um evento global que cruze as universidades e o mundo da arte contemporânea”, explicou, acrescentando que “as universidades católicas contribuirão com exposições e escolherão a arte como veículo de diálogo”.

A primeira edição da Art Cut – acrónimo de Art Triennial of the Catholic Universities – começará a tomar forma já em setembro de 2026, com apresentação prevista na Bienal de Veneza de 2027, sem replicar o tradicional Pavilhão da Santa Sé.

A iniciativa surge num contexto de crescente aproximação do Vaticano ao mundo da arte contemporânea. O jornal recorda que em 2023, na Capela Sistina, durante o 50.º aniversário da coleção de arte moderna e contemporânea dos Museus do Vaticano, o Papa Francisco apelou aos artistas a tornarem-se intérpretes do “grito silencioso” dos que não têm voz, numa celebração que contou com a presença de artistas portugueses como Rui Chafes, Joana Vasconcelos e Vhils. No ano seguinte, o Vaticano recebeu humoristas de renome, incluindo Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e Maria Rueff.

A trienal terá cinco eixos temáticos, segundo Nuno Crespo: “Encontrar o caminho de regresso a casa”, “Histórias do corpo”, “Recuperar o sono e o sonho”, “Forçados a fugir (exílios e migrações)” e “Ter de respirar”. O curador descreve o projeto como uma “exposição espalhada pelo mundo inteiro, reunindo artistas que falam diferentes línguas e desenvolvem diversas práticas poéticas, artísticas, culturais, sociais e políticas, utilizando a arte como veículo de conversa global sobre o humano e o mundo”.

Artigo visto em (Público)

Vaticano vai organizar trienal de arte e Nuno Crespo será o curador-chefe

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