Há 90 anos, o Ministério do Ar do Terceiro Reich ordenou a construção de Tempelhof, um aeroporto no sul de Berlim que se tornou num dos maiores símbolos do poderio da força aérea nazi e na “porta de entrada” da capital alemã.
Após o fim da II Guerra Mundial, este aeródromo passou para as mãos dos aliados e os Estados Unidos utilizaram-no como uma grande base militar durante o confronto com a União Soviética, tornando-se, mais uma vez, num importante ponto estratégico da história bélica.
Finalmente, este aeroporto “fechou as asas” em 2008, mas apenas dois anos depois a autarquia transformou-o num parque público, onde as pessoas vão correr, patinar, andar de bicicleta ou simplesmente desfrutar do ar livre. Assim nasceu o Tempelhof Feld, que se tornou num dos maiores parques urbanos do mundo, com 355 hectares.
Transformar o parque urbano em zona residencial
Em 2014, os moradores da zona votaram contra a urbanização deste terreno, considerando-o um espaço público e de convivência. No entanto, a escassez de habitação que Berlim enfrenta levou o autarca da cidade, Kai Wegner, a retomar esta iniciativa mais de dez anos depois.
Numa entrevista ao jornal alemão BZ, Wegner afirmou que está a ponderar voltar a questionar os berlinenses sobre o assunto em 2026.
Durante a conversa, o presidente da câmara descreveu o projeto residencial como um “gigante adormecido”, sublinhando que o espaço tem um “potencial de desenvolvimento incrível” mas que está a ser utilizado “abaixo das suas possibilidades”. Acrescentou ainda que Berlim tem “poucas casas” e que, por isso, é necessário “aproveitar melhor o espaço”. Para o autarca, apesar do resultado negativo de há 11 anos, “as opiniões mudam”.
Situação da habitação em Berlim
De acordo com o Immo Scout24, o maior portal imobiliário da Alemanha, o preço médio da habitação no país atingiu os 2.660 euros/m2 no segundo trimestre deste ano, o que representa um aumento de 2,7% face ao mesmo período do ano passado.
Em Berlim, a realidade é distinta: embora o valor dos imóveis tenha subido apenas 0,5% neste período, o preço por metro quadrado já chega aos 4.199 euros.
No mercado de arrendamento, o custo médio nacional é de 9 euros/m2, mais 4,5% do que há um ano. Já na capital, o valor atinge os 13,03 euros/m2, registando um aumento de 5,5% em comparação com o ano anterior.
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