
O fundo Discovery, criado para salvar hotéis em Portugal que estão em insolvência ou com dificuldades em pagar os empréstimos à banca, decidiu lançar uma marca própria de gestão hoteleira com o objetivo de ficar a dirigir algumas das unidades que integram a sua carteira – que conta agora com 30 ativos avaliados em 520 milhões de euros.
"A estratégia do Discovery é valorizar os ativos e para isso investimos neles, e tanto podemos entregar a sua gestão a outras marcas nacionais ou internacionais como podemos ficar nós a tomar conta deles, através do Discovery Hotel Management (DHM)", disse ao Dinheiro Vivo o responsável do fundo, Pedro Seabra.
A primeira unidade a integrar esta marca foi o Praia Verde Boutique Hotel, em Castro Marim, no Algarve. Construído em 2005, este projeto "estava com problemas em fazer face aos elevados financiamentos que tinha", explicou Pedro Seabra, e foi resgatado para o fundo Discovery em setembro de 2012. Reabriu em abril deste ano, depois de uma reabilitação profunda e de uma alteração do conceito, que custou cerca de 1,5 milhões de euros.
Apesar de ser a primeira unidade gerida pela nova marca própria, este não é o primeiro ativo salvo pelo Discovery. O resort Campo Real, em Torres Vedras - esse sim em insolvência e que chegou a estar fechado três meses - recebeu dois milhões e foi entregue à marca Dolce, "especializada na área de conferências. No total, neste e no Praia Verde o fundo investiu 3,5 milhões.
Outro dos ativos já intervencionado foi um hotel em Estarreja, que pertencia ao grupo Lena e que o Discovery entregou à marca Golden Tulip, que ali fez nascer o Tulip Inn. E em breve, em agosto ou setembro, reabre o Hotel Casino de Ponta Delgada e Hotel SPA das Fumas, ambos nos Açores.
Criado em setembro de 2012 com o objetivo de valorizar ativos turísticos com dificuldades financeiras, o que o fundo Discovery faz é comprar esses ativos aos bancos, ficando com a responsabilidade de investir neles e torná-los novamente rendíveis. Até agora, já "comprou 34 hotéis avaliados em 520 milhões de euros", disse Pedro Seabra, admitindo a entrada de mais imóveis, já que se trata de "um fundo aberto".
Entre eles figuram o Aquapura Douro Valley, de Diogo Vaz Guedes, ex-presidente da Somague em Portugal; o já referido Campo Real, que chegou a ter um hotel de luxo Westin; ou ainda o Hotel Monte Real, no Algarve, propriedade da Thema Hotels, que surgiu da fusão do grupo Lágrimas, de Miguel Júdice, e do grupo Alexandre de Almeida.
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