Ministra (duas vezes), eurodeputada e atual vice-governadora do Banco de Portugal (BdP). Os cargos que Elisa Ferreira ocupou cabem-lhe todos no nome e vai juntar-lhe mais um. A economista, que nasceu há 63 anos no Porto, foi agora nomeada Comissária Europeia por Portugal.
Bruxelas não será um caminho desconhecido para Elisa Ferreira, que passou doze anos da sua carreira no Parlamento Europeu como eurodeputada (entre 2004 e 2016). Integrou ao longo de todo o período a Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários (ECON) e foi relatora de várias propostas legislativas relacionadas com o sistema financeiro e com matérias de política económica, orçamental e fiscal.
Foi, por exemplo, a relatora da proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece regras e procedimentos uniformes para a resolução de instituições de crédito e de certas empresas de investimento no quadro do Mecanismo Único de Supervisão, criando o enquadramento da União Bancária para o “resgate interno” dos bancos em risco de colapso.
Mas o currículo não se esgota. Elisa Ferreira foi ainda ministra dos governos chefiados por António Guterres, primeiro do Ambiente, entre 1995 e 1999, e depois do Planeamento, entre 1999 e 2002, ocupando desde setembro de 2017 o cargo de vice-governadora do Banco de Portugal (BdP).
Elisa Ferreira foi a escolha de António Costa
A economista vai agora desempenhar funções na Comissão Europeia, tendo sido a escolha de António Costa para comissária portuguesa - sucederá a Carlos Moedas, comissário indicado pelo anterior governo, e nomeado em novembro de 2014, que tinha a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.
A escolha da vice-governadora do BdP surge um dia depois de ter chegado ao fim o prazo informal para a apresentação dos candidatos a comissários – 26 de agosto. Na corrida estaria também Pedro Marques, ex-ministro das Infraestruturas e eurodeputado pelo PS.
Elisa Ferreira vai agora trabalhar diretamente com Ursula von der Leyen, a nova presidente da Comissão Europeia, que terá de reunir-se com com todos os candidatos para atribuir as respetivas pastas.
O “elenco” final de 26 comissários - excluindo a Alemanha, que já tem a presidência, e o Reino Unido, que conta sair em 31 de outubro, véspera da entrada em funções da nova Comissão – deverá estar fechado a tempo para as audições nas respetivas comissões do Parlamento Europeu, que deve pronunciar-se sobre o colégio como um todo a 22 de outubro.
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