Taxa de juro média em Portugal está a estabilizar nos 4,2% desde junho, estando mais perto dos juros médios na área euro de 4,05%.
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Juros no crédito habitação
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Em Portugal, as taxas de juro médias nos novos créditos habitação estão a estabilizar nos 4,2% desde junho. E na área euro os juros médios continuam a subir, tendo chegado aos 4% em novembro pela primeira vez desde 2009. Mas, ainda assim, os bancos portugueses estão a cobrar mais juros nos créditos habitação do que a média da Zona Euro, uma tendência visível desde outubro do ano passado, tal como revelam os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP).

“A taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação foi de 4,24% em novembro (4,23% em outubro). Esta taxa tem-se mantido relativamente estável desde junho e tem vindo a convergir com a média da área do euro (4,05% em novembro)”, explicar BdP na nota divulgada na sexta-feira, dia 5 de janeiro. Isto quer dizer que, apesar de haver uma aproximação cada vez maior entre os juros em Portugal com os juros cobrados pelos bancos da área euro, a verdade é que os portugueses continuam a pagar mais nos novos créditos habitação do que a média da Zona Euro.

Os dados do BdP mostram, assim, que a taxa de juro dos novos empréstimos em Portugal é superior à média da área euro para habitação desde outubro de 2022, com a maior diferença a ser registada em maio de 2023 (juros médios em Portugal estavam nos 4,16%, enquanto a média da Zona Euro estava ainda nos 3,64%). A explicar esta tendência está o facto de, entre outubro de 2022 e julho de 2023, a taxa variável e indexada à Euribor continuar a representar a maioria dos novos contratos no nosso país, o que resultou num maior e mais rápido ajuste dos juros cobrados pelos bancos portugueses face aos sucessivos aumentos das taxas de juro diretoras decididos pelo Banco Central Europeu (BCE).

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Porque é que os juros nos novos crédito habitação estão a estabilizar?

Agora, verifica-se que a evolução dos juros médios nos novos créditos habitação em Portugal está a estabilizar desde junho, enquanto a média dos juros na área euro continua a subir e a absorver a elevada taxa de refinanciamento do regulador europeu (4,5%). Ocorre, portanto, uma maior convergência entre as duas taxas depois de o BCE ter parado de subir os juros diretores nas reuniões de outubro e dezembro, uma vez que as taxas médias cobradas pelos bancos em Portugal já estão ao nível dos juros do BCE.

Além disso, face ao rápido aumento das taxas Euribor, as famílias têm vindo a adaptar a procura por novos créditos habitação, optando cada vez mais pelas taxas mistas (representam 66% dos novos contratos em novembro), que conjugam um período inicial de taxa fixa (que está mais barata), seguido de um período de taxa variável. Esta tendência também tem ajudado a estabilizar os juros médios cobrados em Portugal.

Importa salientar que nem sempre os juros médios nos novos créditos habitação em Portugal foram superiores às taxas da área euro. Por exemplo, entre 2017 e setembro de 2022, os bancos portugueses tinham taxas inferiores à média europeia, numa altura em que os novos créditos habitação eram sobretudo indexados a taxa variáveis e as taxas Euribor estavam em baixa.

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