Os conceitos de FOMO e JOMO surgiram na era digital e têm vindo à baila nas plataformas digitais para que o foco esteja na alegria de viver e no que a vida tem para oferecer, em vez de se sofrer ansiedade por qualquer coisa que se possa estar a perder.
FOMO: o que significa este termo?
Todos queremos aproveitar a vida ao máximo. Não queremos perder um único segundo daquilo que se passa à nossa volta. Queremos fazer parte de tudo, estar integrados no 'flow' universal através do maior número de interações e atividades possíveis. Queremos sentir que fazemos parte do grande todo e que aproveitamos tudo o que há para aproveitar.
E quando não temos a possibilidade de participar em cada momento naquilo que a vida oferece (aos outros), a ansiedade pode, por vezes, vir bater à porta. Este estado de ansiedade é definido com o termo FOMO, que significa 'fear of missing out' (medo de perder, em português). Este termo é conhecido por entre as redes sociais e cada vez mais pessoas se identificam com esta desarmonia.
O problema é que vivermos com a ansiedade de estarmos a perder algo (além de nos pôr doentes) traz a consequência de não aproveitarmos aquilo que estamos a viver no aqui e agora. Aquilo que verdadeiramente merece a nossa atenção, porque é o que temos nesse momento. O que, como consequência, faz com que não vivamos de forma plena e consciente nem uma coisa nem outra.
A solução para este “problema” é, pura e simplesmente, desapego. Desapegarmo-nos do exterior e do que se passa noutro lado qualquer onde não estamos. Algo que se passa numa atividade onde não estamos a participar. Um encontro de amigos que não podemos comparecer. As conversas nas redes sociais enquanto estamos a trabalhar. A festa de arromba enquanto estamos a dormir. O direto da 'influencer' enquanto estamos ocupadíssimos a fazer o almoço.
Mas o que é, afinal, o verdadeiro desapego?
Simone Weil escreveu uma frase bastante pertinente que ilustra o que é o desapego. É a seguinte: "O apego é o grande fabricante de ilusões; a realidade só pode ser obtida por alguém que seja desapegado".
O "auge" do desapego é atingir-se um estado em que todos os apegos ao mundo material são libertados e renunciados, quando nos encontramos totalmente desapegados do mundo tangível. O verdadeiro desapego acontece quando não existe apego físico ou mental aos objetos do mundo, à nossa mente, corpo, realizações, nome, estatuto, profissão, etc.
Se aprendermos a desapegar-nos totalmente, a nossa mente e coração não estarão tão envolvidos em tudo o que é temporário (porque tudo acaba, mais cedo ou mais tarde) e vamos conseguir encontrar paz e respirar de alívio por não podermos participar ou estar presentes em tudo o que gostaríamos, por uma razão ou por outra.
Muitas vezes este processo de desapego não é de todo fácil, porque o ego gosta de se apegar às coisas que possui: pessoas, bens materiais, futuro, desejos, eventos, ideias, ilusões... e isso torna, no final de contas, a vida muito mais difícil, torna-se uma luta constante para se obter tudo o que se deseja, que no final se torna insustentável – porque nunca conseguimos ter tudo nem estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
De FOMO ao JOMO: a alegria do desapego
Costuma dizer-se que se deve "estar no mundo, mas não ser do mundo". Significa que devemos perceber que nada é eterno neste mundo material, que tudo tem um fim, eventualmente, e que não nos devemos apegar a nada. Devemos aproveitar a vida, sim, mas sem qualquer apego. Porque sem apego, não se sofre quando se perde algo.
A principal razão pela qual nos apegamos é o medo: temos medo de, se nos desapegarmos e deixarmos ir, ficarmos sem nada, de cairmos no nada. E é nesse momento que temos de aprender a rendermo-nos à vida como ela é e sentir alegria e paz interior, que não é um sentimento de satisfação emocional ou entusiasmo, mas sim uma sensação elevada e refinada, um sentimento mais profundo. Se nos desapegarmos não significa que deixámos de amar: significa que amamos de uma forma muito mais profunda.
E quando chegamos a esse ponto, descobrimos a alegria e plenitude do desapego, e passamos de FOMO a JOMO, que significa 'joy of missing out', em português, “a alegria de não estar presente”. É o momento em que se encontra a paz com a escolha das ações individuais que foram realizadas de forma consciente, onde se encontra felicidade no momento presente, onde não se quer estar em mais lugar nenhum do que no aqui e agora, e onde a ansiedade já não existe.
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