Esta casa renovada no Reino Unido tirou partido de uma figura jurídica

Na paisagem urbana dinâmica de Londres, onde os espaços subutilizados oferecem um potencial transformador, os Direitos de Desenvolvimento Permitidos desempenham um papel crucial. Estes regulamentos permitem que certos tipos de trabalhos de construção ou alterações sejam realizados sem a necessidade de uma autorização de planeamento completa, facilitando projetos inovadores e sustentáveis. Um exemplo claro disto é Trove, uma residência minimalista concebida pelo atelier Flawk em colaboração com a NIKJOO.

Ashley Law, fundadora e diretora da Flawk, adquiriu esta casa em novembro de 2022 para sua residência permanente, dando início a um projeto que não só revitalizou uma habitação em Whitechapel, como também deu origem à Flawk, uma prática arquitetónica dedicada à transformação de locais subutilizados através de um design sustentável e inovador. A renovação da casa envolveu a resolução de problemas significativos, como bolor negro, tetos baixos e um design de interiores limitado e opressivo.

Créditos: Tons brancos e nitidez/Lorenzo Zandri

Estilo loft

As principais modificações arquitetónicas incluíram a construção de extensões nas traseiras e no sótão, bem como o reposicionamento da escada central para melhorar a disposição do espaço, com tetos e pavimentos termicamente melhorados e novas janelas de vidro duplo com estrutura de madeira. “A configuração espacial criativa, juntamente com o espaço habitacional e as extensões em forma de loft, transformam-na numa casa com três quartos, enquanto uma grande abertura envidraçada liga o rés do chão ao jardim”, explica a NIKJOO.

Uma característica proeminente da renovação é a extensão das traseiras, caracterizada por um revestimento de gesso bruto que foi misturado e testado no local. Este elemento contemporâneo, com paredes chanfradas, enquadra um banco de betão por baixo de janelas altas e dobráveis, proporcionando uma ligação perfeita entre o interior e o exterior.

Créditos: Interior a partir da janela/Lorenzo Zandr

No interior, a Trove distingue-se pelos seus espaços abertos e cheios de luz, onde materiais como o betão, a madeira, o alumínio e o aço inoxidável escovado foram utilizados em acabamentos inesperados que incentivam a interação e a resposta emocional. Elementos cuidadosamente colocados, tais como degraus de betão, uma cortina de malha de aço inoxidável e elementos em madeira de carvalho, pinho e cerejeira acrescentam detalhes únicos e artesanais ao design.

Créditos: Interior/Lorenzo Zandri

Um compromisso com a sustentabilidade

A seleção de objetos e acessórios reflete o compromisso da performance com o design local e emergente. Peças como puxadores de portas de James Shaw e candeeiros de Lewis Kemmenoe dão um toque brilhante e distinto a toda a casa. Além disso, foram utilizados materiais reutilizados sempre que possível, como agregados recuperados e pedaços de mármore Breccia Pontificia, acrescentando uma camada de história e textura à residência.

Créditos: Espaço e luminosidade/Lorenzo Zandri

A intervenção não só abordou os aspetos estéticos e funcionais do projeto arquitetónico, como também incorporou uma abordagem sustentável e prática. Os telhados e os pavimentos termicamente melhorados, juntamente com as janelas de vidro duplo, não só melhoram a eficiência energética da casa, como também contribuem para criar um ambiente interior confortável e acolhedor. Além disso, a reutilização de materiais e a integração de elementos de design locais sublinham o compromisso com a sustentabilidade e o apoio à economia local.

Créditos: Pormenores da casa de banho/Lorenzo Zandri