A estrutura com apenas três por dois metros assemelha-se a uma obra de arte contemporânea com uma estética futurista.
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The Goodviewloo se ubica en una ladera verde de Cantabria y ha sido diseñado y construido por el arquitecto alemán Nico Goebel.
The Goodviewloo Goebel

As casas de banho químicas, também conhecidas como casas de banho portáteis, são frequentemente utilizadas em eventos, festivais ou em estaleiros de obras. São casas de banho pensadas para dar resposta às necessidades em contextos onde não há acesso fácil a canalização ou água corrente.

Embora já existam registos de soluções semelhantes desde o século XVIII, foi apenas nos anos 70 que este tipo de equipamento se tornou uma opção popular.

Agora perguntas: porquê falar de casas de banho químicas? Porque, ao que parece, este tipo de estrutura pode ser também uma peça de design, e não está limitada a locais improvisados ou urbanos. Pode até ser colocada no meio de uma floresta, como demonstrou o arquiteto alemão Nico Goebel, durante a renovação da sua própria casa.

Uma casa de banho por necessidade — e não só

A casa de banho assemelha-se a uma obra de arte contemporânea com uma estética futurista.
Design contemporâneo Goebel

O Goodviewloo, como foi batizado este inovadora casa de banho móvel, encontra-se numa colina na Cantábria, rodeada por árvores e bem longe do caos urbano. Pela sua localização e integração no ambiente natural, poderia facilmente passar por uma instalação de arte contemporânea com uma estética ousada.

Mas, como já referimos, trata-se de uma estrutura compacta e funcional, que combina um duche exterior com uma sanita de compostagem. Foi idealizada e construída pelo arquiteto alemão Nico Goebel, que não só procurou uma solução prática para a sua renovação habitacional, como quis criar uma experiência sensorial única: tomar banho ou satisfazer uma necessidade fisiológica com vista direta para um vale natural, num ambiente silencioso e imerso na natureza.

Este insólito refúgio sanitário está instalado num terreno com 12.000 metros quadrados, outrora uma quinta de gado, atualmente propriedade do próprio Nico Goebel. A estrutura foi inicialmente construída como solução temporária para o arquiteto, a sua equipa de construtores e os visitantes, enquanto transformava um antigo celeiro numa casa de habitação. Mas dessa necessidade nasceu algo bem mais interessante do que um simples WC: um projeto que une funcionalidade, design e uma boa dose de humor. 

A estrutura tem apenas três por dois metros e está dividida em dois espaços distintos: uma zona com lavatório e sanita e, separadamente, uma área de duche.
Espaço amplo Goebel

“Para além da necessidade prática de uma casa de banho, o principal motivo por que fiz este projeto foi porque eu e os meus amigos divertimos-nos a construí-lo”, explicou Goebel.

Essa filosofia está presente em todos os detalhes do Goodviewloo, que mais do que uma estrutura auxiliar, parece uma declaração de intenções sobre como viver e construir em harmonia com a paisagem. Trata-se de um exemplo criativo e bem-humorado de arquitetura funcional, onde a simplicidade e a liberdade se encontram no meio da natureza.

A sanita, de compostagem, conta com vista aberta para o vale através de uma janela tipo pórtico.
Casa de banho com vista Goebel

DIY: fazer por ti mesmo

O Goodviewloo foi concebido como um projeto acessível aos auto construtores com uma estrutura simples baseada em materiais leves e fáceis de trabalhar: contraplacado e policarbonato ondulado. “Queria que a construção fosse o mais simples possível. Escolhi os materiais porque são fáceis de trabalhar, leves e económicos. Eu e os meus amigos fizemos tudo sozinhos”, diz Goebel.

As placas de policarbonato curvam-se suavemente à volta da estrutura de madeira.
Materiais simples Goebel

A cabine tem apenas três metros por dois e está dividida em dois espaços. Na parte de trás, uma cabine de duche está ligada a um riacho próximo e recebe água quente através de um pequeno esquentador a gás. Na parte da frente encontram-se um lavatório e uma sanita de compostagem, com vista desimpedida sobre o vale através de uma janela em estilo pórtico.

O design foca-se na integração com o ambiente envolvente e numa estética simples, mas cuidadosamente pensada. Segundo o arquiteto, "as placas de policarbonato curvam-se delicadamente à volta da estrutura de madeira, protegendo-a dos agentes atmosféricos e ao mesmo tempo valorizando o trabalho artesanal."

Este acabamento contínuo evita uniões visíveis entre as paredes e o telhado, enquanto os beirais inclinados em duas águas garantem proteção eficaz contra as intempéries.

O acabamento contínuo evita juntas entre as paredes e o telhado.
Atenção aos detalhes Goebel

Equilíbrio com a paisagem para uma fusão completa

Um dos maiores desafios do projeto foi a sua localização: uma encosta íngreme que exigia soluções inteligentes para garantir a estabilidade da estrutura. Para resolver este problema, Goebel recorreu a estacas metálicas de diferentes alturas, que permitem nivelar o terreno. 

O resultado é um volume que se eleva até 3,8 metros na parte da frente, assentando elegantemente sobre uma base retangular em pedra com degraus integrados.

O acesso faz-se através de uma porta em policarbonato com moldura em madeira, perfeitamente integrada no conjunto arquitetónico. Embora o Goodviewloo tenha nascido como uma instalação temporária, o seu desenho e execução sugerem que poderá perdurar muito mais do que o previsto.

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