Portugueses e estrangeiros continuam a piscar o olho ao imobiliário residencial de luxo nacional, um segmento que soube como fintar a pandemia e o contexto económico adverso – alta inflação e elevadas taxas de juro, por exemplo –, mantendo-se atrativo e no radar dos investidores. Mas, afinal, o que dá e tira valor aos imóveis de luxo? E será que há detalhes que não eram tão valorizados e ganharam importância? Localização é palavra de ordem, destacam os especialistas. Mas a sustentabilidade, as vistas desafogadas, a exclusividade e escassez do ativo, a segurança e ‘amenities’ como piscina privada, ginásio e SPA têm-se tornado exigências.
As casas transformam-se e adaptam-se a novas realidades, e a mesa continua a ocupar um lugar de destaque no desenho da vida quotidiana. Mais do que um elemento funcional, tornou-se um símbolo de ligação entre pessoas, ideias e emoções.
“Em 21 anos muita coisa mudou na mediação imobiliária”, assegura Miguel Ribeiro, fundador da Predimed, que nasceu em 2004. E o mercado também é diferente: “Na altura estávamos num momento de estagnação de preços e de muito equilíbrio entre oferta e procura. (…) Hoje vivemos num mercado onde há uma enorme pressão do lado da procura e onde a oferta não acompanha, razão pela qual temos uma constante subida de preços. O investimento estrangeiro é muito maior e geograficamente muito mais transversal”, explica ao idealista/news, salientando que a atividade dos consultores imobiliários “é fortemente centrada nas pessoas e nas suas emoções”. “Nenhuma máquina conseguirá jamais interpretar os sonhos, os desejos de uma pessoa, jamais criará os laços que criamos com clientes”, alerta.
A transformação digital já chegou e promete continuar a modernizar o setor imobiliário em Portugal, alterando profundamente a forma de comprar e vender casas.
Há muito que o ato de decorar uma casa deixou de ser apenas uma expressão pessoal ou funcional. Decorar uma casa tornou-se sinónimo de obedecer a regras — de simetria, de harmonia, de bom gosto validado por catálogos e, mais recentemente, por redes sociais.
Em vários países, como nos EUA, os agentes imobiliários têm de ter formação específica e uma licença individual para angariar, vender ou arrendar casas. Mas em Portugal não é obrigatório.
Uma recente decisão do Supremo Tribunal Administrativo (STA) veio redefinir o enquadramento legal da aplicação da taxa reduzida de 6% de IVA às empreitadas de reabilitação urbana, com potenciais repercussões no setor da construção e do imobiliário.
O leque de terrenos disponíveis para construir casas acessíveis em Portugal deverá aumentar em breve, assim que as autarquias começarem a reclassificar terrenos rústicos em urbanos. Acontece que esta nova lei dos solos, embora controle o preço das habitações, nada diz sobre o custo dos solos rústicos. É por isso que os especialistas em imobiliário ouvidos pelo idealista/news temem que a reclassificação de terrenos rústicos em urbanos leve a uma escalada dos preços destes solos, comprometendo o objetivo de colocar mais casas a preços acessíveis no mercado residencial português.
A construção de habitação acessível poderá ganhar um novo ânimo com a nova lei dos solos, que vem facilitar a conversão de terrenos rústicos em urbanos, permitindo que se construa onde antes não se podia. Apesar de ser considerada uma medida "positiva" para combater a crise da habitação em Portugal, os especialistas em imobiliário ouvidos pelo idealista/news dizem que o seu impacto pode ser limitado se não forem criados incentivos fiscais, como a redução do IVA para 6% na construção nova. E há ainda o risco de criar áreas urbanas isoladas. É por isso que deixam um alerta: esta nova lei dos solos só irá aumentar a oferta de habitação acessível se houver articulação com municípios, desburocratização de processos e incentivos fiscais para atrair promotores e investidores imobiliários.
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