A garantia é dada por José de Matos, da Associação dos Materiais de Construção, a propósito da pandemia global do Covid-19.
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“Não é preciso ir comprar à China: há stock de materiais de construção em Portugal”
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Boas notícias para o setor da construção em Portugal: "neste momento, não há ruturas no fornecimento de materiais de construção”, no mercado nacional, em consequência dos efeitos da pandemia Covid-19. Em entrevista ao idealista/news, José de Matos, secretário geral da APCMC – Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção - que representa as empresas de comerciantes e distribuidores de materiais de construção no país -, garante que “não é preciso ir comprar à China”. Já que a “falha de entrega de produtos chineses, mesmo que cause naturais problemas aos operadores económicos que trabalham com esses produtos, pode ser facilmente suprida”.

O responsável assegura assim que, “na maior parte dos casos, existem stocks em Portugal para várias semanas e há sempre a alternativa de escolher um produto nacional”. Admite “poder vir a acontecer que alguns materiais específicos e de algum fornecedor em particular venham a sofrer atrasos”, mas, frisa, “nunca será uma situação generalizada, a menos que venham a ocorrer situações que, neste momento, não se perspetivam”.

“Não é preciso ir comprar à China: há stock de materiais de construção em Portugal”
APCMC – Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção

Fornecimento tem decorrido com normalidade

Até à data, o fornecimento de materiais de construção tem decorrido com normalidade. “Pesem algumas restrições pontuais decorrentes de encerramentos por motivos sanitários, a grande maioria dos estabelecimentos de comércio de materiais de construção encontra-se a funcionar”, reitera José de Matos.

Segundo o secretário geral da APCMC ,“mesmo o setor de retalho, continua a apoiar o decorrer das obras de construção que, com exceção, sobretudo, daquelas que estavam a ser feitas em casa das pessoas e nos condomínios, não têm registado interrupções significativas”.

Frisa, ainda, que “podem ter existido atrasos pontuais e por questões logísticas, sobretudo no caso de um ou outro produto ou referência que tenham sido especificamente encomendados a alguma marca com origem em Itália ou em Espanha, onde se registaram”. Assim, adverte, nestas situações, os principais problemas são “o transporte e, em certos casos, interrupções ao nível da produção”.

Mas, acrescenta, que “na maior parte dos casos existem stocks em Portugal para várias semanas e há sempre a alternativa de escolher um produto nacional, caso o arquiteto ou o dono da obra não se oponham”.

Não é previsível problemas até ao final de abril

O responsável da APCMC destaca que não é possível afirmar que não vai haver um ou outro problema, porque a atividade no país está dependente da evolução da pandemia, das restrições que vierem a ser impostas ao funcionamento das empresas e à circulação de pessoas e mercadorias, bem do tempo que vai demorar até que se retome uma certa normalidade.

“O que podemos dizer, neste momento, é que não há roturas no fornecimento de materiais de construção”. E, acrescenta, que de acordo com o acompanhamento próximo que têm vindo a fazer junto dos comerciantes e dos fabricantes nacionais “não é previsível que venham a ocorrer problemas complicados até ao final de abril”.

Tal não significa, alerta, “que estejamos a antecipar problemas para mais tarde, mas somente que o nível de atividade das fábricas, a sua disponibilidade de matérias primas e as encomendas que estão confirmadas para os próximos dias nos dão para já uma certa tranquilidade para as próximas três a quatro semanas”.

Oportunidade para valorizar a produção nacional

Segundo José de Matos vendem-se em Portugal muitos produtos para a construção - sobretudo algumas pequenas máquinas e ferramentas, ou outros produtos de bricolage -, “vindos da China, em concorrência com produtos europeus e muitos nacionais”. Adverte, “o mercado global é mesmo assim”.

Destaca, porém, que “a falha de entrega de produtos chineses, mesmo que cause naturais problemas aos operadores económicos que trabalham com esses produtos, pode ser facilmente suprida”. Porque, na sua opinião, “não há nada, pelo menos que seja do nosso conhecimento, que acarrete problemas de abastecimento”.

E deixa um desafio ao setor nacional: “julgamos que esta é mesmo uma boa oportunidade para valorizar a produção nacional, não só pela sua superior qualidade intrínseca, mas também pela maior facilidade de aprovisionamento, questão que a recente crise tornou mais evidente e relevante”, remata.

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