
“O novo estado de emergência em vigor e confinamento associado deverá levar a uma diminuição do volume de transações imobiliárias.” É esta a perspetiva sobre a situação do mercado, dada por Domingos Silva, administrador da Predial Parque ao idealista/news.
No mercado imobiliário há quase 35 anos, a Predial Parque tem uma equipa de 25 profissionais especializados entre a gerência, direção comercial, departamento comercial, e um departamento de documentação apoiado em permanência por uma assessoria jurídica independente. Domingos Silva, administrador desta agência imobiliária com sede no Porto explica que desta forma é possível acompanhar os clientes “em todos os procedimentos, prestando-lhes, deste modo, um serviço global”.
A atividade da Predial Parque, de acordo com o responsável, “revela uma variada gama de transações, muito diversificada, onde constam unidades hoteleiras, complexos industriais, edifícios de habitação, comércio e serviços, terrenos para todo o tipo de construção, imóveis para utilização própria e de rendimento” com clientes nacionais e estrangeiros. “Sem prejuízo dos outros ativos imobiliários, o mercado habitacional é o centro da nossa atenção, sendo o público alvo aquele que se enquadra no mercado médio/alto, em virtude da maioria dos nossos ativos imobiliários serem de grande qualidade de construção, estarem localizados nas zonas de primeira linha e de maior valor comercial”, pormenoriza o administrador da Predial Parque.
O contexto pré-covid era, desta forma, um mercado bastante favorável e “a superação de todos os objetivos”, principalmente ao nível dos negócios realizados com os clientes estrangeiros. Em consequência, Domingos Silva, descreve a agenda preenchida dos consultores imobiliários da Predial Parque antes de março de 2020, “estavam assoberbados de trabalho, baseado nas tarefas de angariação de imóveis, atendimento de clientes, preparação de contratos”.
Os efeitos da pandemia no negócio
Em reacção ao primeiro estado de emergência, em março de 2020, houve uma diminuição da procura, com o consequente impacto no volume de transações imobiliárias. No entanto, “após o primeiro estado de emergência, a procura aumentou gradualmente ao longo do ano de 2020, aquecendo novamente o mercado imobiliário”, explicou Domingos Silva.
Com o novo confinamento os consultores imobiliários ficaram com o seu trabalho bastante limitado, prestando o seu serviço essencialmente à distância. “Isto prejudica claramente o seu desempenho, o espírito de equipa, o acesso em tempo real à informação, com impacto negativo no número de negócios realizados, que devido a esses fatores estão aquém das expectativas de mercado”, acrescentou o administrador na conversa com o idealista/news.pt.
A estratégia para dar a volta
Apesar das dificuldades e das limitações, a imobiliária do Porto afirma que reagiu em “tempo recorde”. “Alteramos a nossa forma de comunicar com o mercado, reforçamos a nossa presença nas redes sociais e online nos diversos sítios da internet onde estamos representados, procedemos à digitalização da empresa, criamos ferramentas de acesso remoto, para os nossos colaboradores, se necessário, poderem dar, mesmo à distância, continuidade ao seu trabalho, dotamos a nossa empresa de canais de comunicação à distância, para facilitar as reuniões com os nossos clientes, via Zoom, Skype ou através de vídeo chamada”.
Estas medidas permitiram que, no início deste confinamento, já tenham sido fechados alguns negócios e estejam outros em vias de fechar. No entanto, estas transações imobiliárias já tinham sido iniciadas antes do atual estado de emergência. “Nesta data, não há qualquer perspetiva de fechar negócios nascidos após o segundo confinamento decretado pelo estado de emergência”, alerta Domingos Silva. “A maioria dos clientes continua a acreditar no mercado e com vontade de investir em bens imobiliários, para utilização própria, rendimento ou empresariais, mas estão mais cautelosos e à espera de ver os resultados da situação económica do país pós confinamento, ou seja, vão certamente adiar a sua decisão, para mais tarde, em relação a novos investimentos”. Paralelamente, "apesar das novas tecnologias serem uma excelente ferramenta, incluindo as visitas virtuais, o cliente dificilmente faz um investimento num bem imobiliário, sem o visitar”.
Sobre o futuro próximo não existem condições para previsões possíveis neste clima de imprevisibilidade. Ainda assim, o administrador acredita que “o mercado vai reagir de forma positiva a médio e longo prazo, com a consequente subida de preços dos bens imobiliários, nomeadamente a partir do segundo semestre do corrente ano, com índices de crescimento análogos à época pré-covid”.
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