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Marta Cuntim e Nuno tinham uma certeza: queriam viver numa casa, nunca um apartamento. E esse objetivo foi concretizado recentemente na Margem Sul, onde - tal como eu* - sentem que acordam todos os dias no campo.

Marta Cuntim tem 33 anos, é natural de Viana do Castelo e trabalha como psicóloga e técnica de Recursos Humanos. Nuno Reis, dois anos mais velho, vem de Caminha e é diretor de patrocínios. Ambos cresceram em casas de campo, onde existia espaço e o som dos pássaros a cantar. Mais tarde estudaram em Vila Real e mudaram-se para Lisboa por questões académicas e oportunidades de trabalho.

"Além da vida no campo ser mais barata e mais tranquila, tudo é mais cómodo porque há menos gente"
Marta Cuntim

A procura de casa para o casal começou exatamente por Lisboa, nas zonas da Graça, Beato e Penha de França. Rapidamente perceberam que o 'budget' disponível não era compatível com os preços praticados. Nesse momento, o casal começou a analisar a lista de exigências, prioridades e aquilo de que, realmente, poderia abdicar e concluíram que, aquilo que queriam, poderia ser encontrado num local no campo e perto da praia.

A verdade é que Marta, já há muito tempo, sentia a vontade de voltar a ouvir os pássaros todas as manhãs, como na sua infância. Queria muito aproveitar a vida no campo, da liberdade que é poder andar tranquila fora de casa, tomar um café perto do mar, almoçar no deck, convidar amigos para o seu jardim, estar em silêncio.

O local escolhido surgiu por mera sorte. Em conversa com amigos entenderam que aquela zona da Margem Sul era o ideal pela proximidade com a praia e dos transportes até à capital. Eu, absoluta fã desta margem do Tejo, acho que escolheram um lugar fantástico. Marta e Nuno já estavam familiarizados com a área pelos seus passeios gastronómicos, idas aos hipermercados e caminhadas pelo areal.

"Além da vida no campo ser mais barata e mais tranquila, tudo é mais cómodo porque há menos gente"
Photo by Laura Lanckriet on Unsplash

Decisão tomada, as visitas às casas foram marcadas para o fim de semana seguinte e, nesse mesmo dia, regressaram a Lisboa com a casa “apalavrada”. O facto desta casa estar em construção, de o casal poder escolher todos os acabamentos, estrear as suas paredes e ter um jardim, foram os factores que mais contribuíram na hora da escolha.

O processo começou em 2017 e, 18 meses depois, em setembro de 2019, cessaram o contrato com a casa arrendada onde viviam e mudaram-se definitivamente. Mesmo a tempo de viverem a pandemia na casa de campo. E, em outubro deste ano, receberem a sua primeira filha.

"Além da vida no campo ser mais barata e mais tranquila, tudo é mais cómodo porque há menos gente"
Marta Cuntim

Marta não criou expectativas e está muito feliz pela sua escolha. Além da vida ser mais barata e existir mais tranquilidade, tudo é mais rápido porque há menos gente. A única coisa que a preocupava era a dinâmica dos transportes e horários e, até isso tem estado a seu favor, em 20 minutos está no centro de tudo.

Agora, tem tempo para respirar, tem o silêncio que sentia que lhe faltava, o jardim que desejava, uma mesa que pode encher de pessoas de quem gosta, espaço suficiente para fazer caminhadas sem o caos dos transportes e pode voltar aos restaurantes onde foi com Nuno antes de morarem naquele lugar.

Agora, Marta, Nuno e a pequena Pilar podem ouvir todos os dias o cantar dos pássaros pela manhã e Marta quase que se sente na sua casa de infância, em Viana do Castelo.

*Catarina Beato, autora e coach assina o especial "Mudei-me para uma casa no campo", de autoria do idealista/news.pt

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