Casas penhoradas

arrendar a casa a familiares por um valor simbólico não evita a execução do imóvel em caso de incumprimento.

a segurança social deixou de pôr à venda os imóveis penhorados que são habitados pelos seus proprietários, de forma a evitar o despejo dos devedores.

os portugueses estão a sentir cada vez mais dificuldades para pagar a tempo e horas a prestação da casa, sendo que a solução passa, muitas vezes, por entregar o imóvel ao banco.

o partido socialista quer criar um fundo que possa apoiar quem não consegue pagar a prestação da casa por se encontrar desempregado e vai mais longe propondo também que se liquidem as dívidas de famílias que entregam a casa aos bancos, ainda que mediante algumas condiçõesa proposta assinada pelo ps

as finanças já venderam 10.415 imóveis penhorados este ano, o que dá uma média de 95 casas por dia. um número que tende a crescer, porque as famílias estão a ter cada vez mais dificuldade para pagar as dívidas ao fisco, o que se reflecte no aumento do número de execuções.

o número de casas entregues ao banco em dação em pagamento não pára de aumentar. só nos primeiros três meses do ano a banca ficou na posse de 2.300 imóveis (26 por dia, logo, mais de um por hora), tanto por particulares como por promotores imobiliários.

as imobiliárias estão a apostar cada vez mais na venda de casas que ficaram na posse dos bancos na sequência de incumprimentos com o crédito à habitação. as condições de financiamento, oferecidas pelos próprios bancos, são mais atractivas.

no ano passado, as famílias e os promotores imobiliários entregaram aos bancos, na sequência de incumprimentos nos créditos à habitação, quase sete mil casas.

há cada vez mais famílias com dificuldades em cumprir com o pagamento da prestação da casa. nesse sentido, os bancos estão a tentar arranjar soluções para evitar que os incumpridores percam os seus imóveis.

o líder parlamentar do bloco de esquerda (be), luís fazenda, apresentou uma proposta de lei que prevê a “extinção imediata” da dívida a quem entrega a casa ao banco por incumprimento, sendo criada uma moratória “até dois anos” para desempregados ou pessoas em dificuldades.

Os leilões de casas tendem a ter cada vez mais adeptos em Portugal, sendo que é possível comprar casa a preços mais acessíveis. até porque os bancos estão a limitar bastante o acesso ao crédito à habitação, com os “spreads” a subirem a olhos vistos.

as imobiliárias têm de arranjar soluções para fintar a crise que vive o sector. se por um lado a construção está parada, por outro a banca não está a facilitar na concessão de crédito à habitação. como ficam, então, as imobiliários no meio desta situação?

os bancos estão, cada vez mais, a cortar na concessão de crédito à habitação, pelo que obter um empréstimo para comprar casa está ao alcance de poucos. em causa está, entre outros motivos, o facto de os bancos exigirem mais garantias e de praticarem “spreads” muito elevados.

incapazes de pagar as prestações do crédito ao banco ou de suportarem o valor das rendas, muitas famílias pedem ajuda às câmaras municipais que já admitem ter dificuldades em dar resposta.

os bancos já estão a optar por penhorar as casas dos fiadores, devido a incumprimentos no crédito à habitação.

o governo pretende arrancar com o “mercado social de arrendamento” até ao final do primeiro trimestre do ano, estimando colocar no mercado 1.184 imóveis com rendas 30% mais baixas que os preços de referência.

desempregado e com dificuldades para pagar uma prestação mensal de 400 euros ao banco, joão fontinha vai leiloar uma moradia que possui nas furnas, em s. miguel, açores, num sorteio insólito com 20 mil rifas, conta o expresso.

o porto foi o distrito onde os cidadãos mais sentiram dificuldades para comprar casa própria, com particulares e promotores imobiliários a entregarem mais casas aos bancos em 2011, por não serem capazes de continuar a liquidar os créditos contratados.

os fundos de arrendamento habitacional foram criados para aliviar as famílias da escalada dos custos do crédito à habitação. a ideia era que quem não conseguisse cumprir com as suas obrigações, passasse de proprietário a inquilino. mas, segundo o jornal de negócios, poucos o fizeram.

a associação portuguesa de bancos (apb) considera que a entrega de casas à banca por incumprimentos nos pagamentos vai aumentar ainda mais este ano.

no ano passado, os bancos penhoraram 6.900 casas, o que deu uma média de 19 por dia, segundo estimativas da associação dos profissionais e empresas de mediação imobiliária de portugal (apemip).

no ano passado, a banca penhorou 19 casas por dia por falta de pagamento das famílias e promotoras imobiliárias.

o fisco colocou à venda quase mil bens penhorados desde o início do ano, o que dá uma média de 95,6 bens por dia.

o ano ficou marcado pelo desinteresse dos bancos na concessão de crédito à habitação. é caso para dizer que a banca fechou a torneira aos empréstimos para efeitos de compra de casa. uma tendência, de resto, que se foi acentuando com o passar dos meses.

os bancos ficaram com mais de 5.000 casas nos primeiros dez meses do ano – entre janeiro e outubro -, devido a incumprimentos no crédito à habitação e à construção.