
Nos terrenos da antiga fábrica Milnorte, na Régua, propriedade da Blend in Douro, em pleno território classificado pela UNESCO como Património Mundial, deverá nascer um novo mega-resort turístico. E apesar de ainda não haver avaliação de impacto ambiental, plano de pormenor ou licenças camarárias, o promotores do projeto – a InvestAureum – já estão à procura de investidores, nomeadamente “à caça” de vistos gold.
“Um projeto multiusos construído entre os socalcos de vinha do deslumbrante Vale do Douro com 11 hectares sobranceiros ao rio Douro, com uma frente ribeirinha de cerca de 500 metros. O projeto consiste em um hotel resort cinco estrelas com 80 suítes, 60 villas luxuosas, todas com piscina infinita à beira do rio, spa, restaurante panorâmico, marina, campo de ténis e padel, minigolfe, vinhedos e estação de trem [comboio] privativa, lê-se ainda no site da InvestAureum.
Ainda que tenha sido criado um site e vídeo de apresentação para este empreendimento nas margens do Douro, ao que o Público apurou, o projeto ainda não passou de estudos prévios – o que não impede os promotores de estarem à procura de investidores. Neste caso, a mira está apontada aos vistos gold. Logo após a descrição do projeto, no site, há uma uma explicação sobre o programa Golden Visa e a quem se destina, e por que é que Portugal é um bom destino de investimento.

De acordo com o jornal Público, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda tentou travar o empreendimento da Investaureum, pedindo à autarquia que o terreno fosse para usufruto público, alegando que “as populações do Peso da Régua e concelhos vizinhos vivem privadas do acesso direto ao rio”.
A autarquia alterou o PDM em 2017, viabilizando a construção de um equipamento turístico no local, mas garante que o novo uso do terreno já tinha sido definido em 2002 pelo Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e Carrapatelo.
Contactada pela publicação, a InvestAureum diz que apesar de a apresentação do projeto no site anunciar a construção de um hotel de cinco estrelas e moradias de luxo, a finalidade imobiliária, bem como a descrição do número de unidades do possível empreendimento, “é apenas especulação”, acrescentando que o mesmo “ainda não passou de um estudo prévio no âmbito do plano de pormenor”.
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