Depois de uma remodelação profunda, o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros (NARC), situado na Baixa de Lisboa, volta a abrir portas ao público. Fechado desde 2019, reabre agora com uma nova experiência museológica, concebida por especialistas em cenografia museográfica do Atelier Brückner, de Estugarda (Alemanha), onde é possível percorrer 2.500 anos de história da cidade.
Próximo do Arco da Rua Augusta, a ocupar quase por inteiro um quarteirão pombalino da baixa de Lisboa, situa-se um conjunto de edifícios do Millennium bcp. Ocupando parte do subsolo destes edifícios situa-se o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, sítio arqueológico de grande importância para o entendimento da história da cidade de Lisboa e sua ocupação. O NARC foi classificado como Monumento Nacional em 2015.
“O NARC é um lugar raro onde a apresentação tradicional do tempo desaparece: a experiência do passado e do presente estão interligadas. 2.500 anos de história e os vestígios de uma cidade que foi preenchida de vida ininterruptamente tornam-se uma experiência imersiva”, diz Shirin Brückner, managing director do Atelier Brückner.
De acordo com Miguel Oliveira, CEO da EDIGMA, empresa responsável pela coordenação do projeto, “o objetivo desta intervenção é capacitar o espaço arqueológico com um novo conceito de visita”. “Sustentado numa narrativa expositiva diferenciadora. Com recurso a soluções tecnológicas, que se traduzem numa experiência imersiva e envolvente na história de Lisboa. Acreditamos ser uma excelente forma de transmissão de conhecimento e fruição de conteúdos por segmentos de público mais alargados”, acrescenta.
Assim é o novo NARC em Lisboa
Os visitantes entram no museu a partir da Rua dos Correeiros. A sala no rés-do-chão dispõe de diversos meios de comunicação e oferece um panorama cronológico das épocas que marcaram Lisboa, bem como uma antevisão das peças expostas na exposição: vão desde vestígios de paredes de uma casa fenícia da idade do ferro a um forno de padaria que permaneceu em uso até o século XIX.
A partir da sala, os visitantes “descem ao passado”. Numa visita guiada, descobrem o que as escavações arqueológicas deixaram à vista e alguns dos achados in situ - no local original - onde foram encontrados. Usando um iPad, a guia da visita controla a configuração encenada, com camadas de luz, som e informações que são projetadas nas exposições e transmitem o significado original dos achados e o seu uso na vida quotidiana.
No chão, há antigos tanques de preparados de peixe, como ilustra um gráfico projetado e animado. Esses peixes, nomeadamente as sardinhas, transformados em molho, o garum, eram exportados por navio para todo o IImpério Romano. Antigas ânforas, também expostas, serviam de meio de armazenamento e transporte. Assim, a pesca, a preservação do peixe, a produção de sal e a olaria foram as bases da antiga Olissipo.
Os conteúdos da exposição são apresentados em inglês e português. A entrada no museu é gratuita e as visitas guiadas podem ser reservadas através da Fundação Millennium bcp.
Horário de funcionamento - De segunda a sábado: das 10h às 12h e das 14h às 17h.
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