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As famílias portuguesas já conseguiram poupar um total próximo dos 460 milhões de euros no crédito à habitação. Os encargos mensais com o pagamento da prestação mensal da casa têm vindo a reduzir-se devido à desvalorização da Euribor, sendo que a taxa de juro de referência está em queda livre, depois de ter atingido o pico mais alto quando rebentou a crise financeira internacional em 2008.

No pós falência do banco norte-americano Lehman Brothers, a Euribor a seis meses atingiu os 5,448%, lembra o Dinheiro Vivo, dando nota de que na última sexta-feira, esta mesma taxa fixou-se em 0,042%. E o indexante a três meses estava negativo: -0,031%.

Isto significa, em termos reais, que uma família com um crédito à habitação com estas condições pagava, em outubro de 2008, uma prestação de 611 euros; hoje essa mesma família paga pelo empréstimo 324 euros. Ou seja, a prestação deste crédito caiu 287 euros (ou seja, -47%), segundo os cálculos feitos pelo jornal, tendo por base um empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos e com um 1% de spread (taxa que acresce à Euribor e, no fundo, é a margem de lucro dos bancos). 

De acordo com o diário, estará em causa uma uma poupança total para as famílias que ascende a 460 milhões de euros, uma vez que segundo o relatório de acompanhamento dos mercados bancários do retalho, elaborado pelo Banco de Portugal existem cerca de 1,6 milhões de contratos de crédito à habitação.

Como vai evoluir a Euribor?

Pelo terceiro mês consecutivo, a média mensal da Euribor a três meses - o segundo indexante utilizados no cálculo da prestação da casa e também do crédito às empresas - ficou negativa. E as perspetivas são para que, em agosto, a média também seja negativa, escreve ainda o Dinheiro Vivo, frisando que a inversão só deverá acontecer em dezembro de 2016, início de 2017.

Mas alguns economistas não acreditam que a Euribor a seis meses (a mais utilizada em Portugal) possa chegar a valores negativos. "O nosso cenário central é, neste momento, que a Euribor a 6 meses se mantenha marginalmente acima de zero", explicou Filipe Garcia, economista da consultora Informação de Mercados Financeiros (IMF), em declarações ao jornal.

 

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