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Crédito à habitação: desde 2010 que bancos não davam tanto dinheiro
GTRES

O primeiro trimestre de 2018 foi o melhor arranque de ano desde 2010 no crédito à habitação em Portugal. Os bancos deram, em valores acumulados, 2.186 milhões de euros para a compra de casa. No mês de março o volume de novos créditos atingiu os 876 milhões de euros, num máximo histórico desde julho daquele ano - quando foram dados 975 milhões, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP).

Em março, o montante concedido pela banca para a compra de casa representou aliás 60% de todos os empréstimos a clientes particulares, em março: 1.472 milhões de euros - neste caso corresponde a um volume recorde desde março de 2012.

A taxa de juro média aplicada pelos bancos aos novos contratos de financiamento a particulares para a compra de casa foi de 1,49%, em março passado. No mês anterior tinha-se fixado nos 1,46%, num total de 676 milhões de euros financiados pela banca para a aquisição de imóveis, de acordo com uma nota de informação estatística do banco central, divulgada esta terça-feira.

"Guerra de spreads" leva crédito a máximos de quase oito anos

Estes dados do Banco de Portugal refletem a forte dinâmica que vive atualmente o setor imobiliário em Portugal, a par da melhoria económica, mas também a grande aposta da banca em voltar a dar crédito à habitação.

Reflexo disso, e tal como recorda o Jornal de Negócios, são os sucessivos cortes nos "spreads" exigidos. Desde o início do ano, foram quatro os bancos que reviram em baixa a taxa de juro mínima dos empréstimos para a compra de casa. 

Com estas mexidas, a taxa de juro média caiu de 1,47% no início do ano para os actuais 1,36%. Ou seja, diminuiu em 6,9% nestes primeiros meses de 2018.

Entre os bancos que protagonizaram estas alterações, de acordo com o diário, estiveram: a CGD e o Novo Banco, duas das instituições com mais peso neste semento.

O banco público, que reviu a sua oferta depois de três anos sem o fazer, desceu a taxa de juro de 1,75% para 1,5%, igualando o "spread" do BPI e do Novo Banco. Mas, na semana passada, a instituição liderada porAntónio Ramalho "descolou" do CGD e BPI e"colou-se" ao Santander Totta e BCP, com uma taxa de juro de 1,25%.

O Bankinter continua a oferecer a margem mais baixa de1,15%. Pelo contrário, o Montepio continua a apresentar a taxa de juro mais elevada do mercado, de 1,55%.

Compensa amortizar o empréstimo da casa?

Ainda assim, e apesar do forte crescimento das novas operações de crédito à habitação, ainda não compensam as amortizações, num contexto de indexantes negativos, alerta o jornal.

No final de março, o saldo dos empréstimos a particulares para a compra de casa na carteira dos bancos ascendia a 98.373 milhões de euros, o que compara com os 98.670 milhões de euros do final de 2017, segundo o Banco de Portugal. 

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