Deduzir ao capital em dívida na próxima prestação ou constituir uma bolsa de juros que serão descontados quando os juros forem positivos. Estas são as duas opções que os bancos têm, segundo a Lei que entrou em vigor há uma semana, para compensar os clientes pelas Euribor negativas. A maioria dos bancos diz que vai amortizar capital em dívida na próxima revisão da prestação. O Crédito Agrícola será excepção.
Está prestes a terminar o prazo de dez dias que os bancos têm para apurar o valor resultante da soma do indexante com o "spread". E, caso este valor seja negativo, o Banco de Portugal diz que devem "adoptar as diligências necessárias para assegurar a dedução desse valor ao capital em dívida na prestação vincenda subsequente ou, se for essa a sua opção, para que seja constituído um crédito a favor do cliente".
De momento, a opção da maioria das instituições financeiras recai na dedução dos valores negativos ao capital em dívida a cada prestação que for vencendo, segundo avança o Jornal de Negócios, com base numa ronda realizada pela banca nacional.
"Vamos amortizar mês a mês", adiantou fonte oficial do BCP ao diário, sem esclarecer o que motivou esta escolha.
"O BPI optou pelo desconto na prestação futura, ou seja, vai refletir a Euribor negativa no capital do cliente", declarou também ao Negócios, fonte oficial do banco liderado por Pablo Forero, que também não justificou esta decisão.
"No Bankinter tomámos a decisão de utilizar o montante de juros negativos na amortização do capital em dívida, o que se reflecte logo no valor da prestação seguinte", frisou fonte do banco, citada pelo jornal, salientando que o processo será implementado "dentro do prazo definido pela nova lei".
Pelo contrário, "o Crédito Agrícola optou pela constituição de bolsa de juros", revelou fonte oficial ao Negócios.
Já a CGD adiantou que "oportunamente, e no estrito cumprimento do decreto, informaremos os clientes sobre o processo".
Também o Montepio referiu que "está ainda a analisar o tema e irá cumprir a nova legislação. Em breve tomará uma decisão e dará notícias".
O económico diz que o Santander Totta, Novo Banco e EuroBic também foram contactados, mas apesar da insistência, não responderam às questões colocadas sobre a forma como vão aplicar a lei.
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