Simulámos o que muda na prestação mensal do empréstimo da casa, antes e depois da nova recomendação do BdP, sobre prazos.
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Há novidades no que toca aos novos créditos habitação. O Banco de Portugal (BdP) emitiu uma recomendação macroprudencial que vem limitar os prazos máximos de pagamento dos empréstimos consoante a idade dos titulares. Esta alteração entra em vigor já a partir do próximo dia 1 de abril de 2022. E tem objetivos bem definidos: convergir a maturidade média dos novos contratos de crédito habitação para 30 anos até ao final de 2022 para, assim, diminuir os riscos de incumprimento e proteger o sistema financeiro de “potenciais choques adversos”. Mas como é que estas mudanças vão afetar a prestação mensal a pagar ao banco? Explicamos tudo com recurso a exemplos concretos.

As grandes mudanças surgem, sobretudo, para quem tem mais de 30 anos, pois deixam de conseguir contratar um crédito habitação com um prazo de pagamento máximo de 40 anos. Quem tiver entre 30 e 35 anos, já só pode pedir uma maturidade máxima de 37 anos. E quem tiver mais de 35 anos apenas pode pagar o seu crédito durante 35 anos, lê-se no comunicado publicado pelo BdP esta segunda-feira, dia 31 de janeiro de 2022. Isto quer dizer que quem tem mais de 30 anos e quer contratar um crédito habitação terá menos tempo para o pagar, cenário que vai afetar a prestação mensal. Mas quanto?

Para melhor compreender como estas alterações vão afetar os bolsos dos portugueses, a equipa do idealista/créditohabitação simulou a contratação de um empréstimo para comprar casa de 120.000 euros, considerando uma TAN de 0,70%. E os resultados estão à vista:

Idade do mais velhoAté 1 de abril de 2022A partir de 1 de abril de 2022Diferença na prestação mensal (euros)
Prazo máximoPrestação mensal (euros)Prazo máximoPrestação mensal (euros)
30 anos40 anos286,740 anos286,70
35 anos40 anos286,737 anos306,920,2 
40 anos40 anos286,735 anos322,235,5

Neste antes e depois, salta à vista que quem tem até 30 anos, não vai sentir qualquer diferença na prestação mensal da casa a pagar ao banco. Já o mesmo não acontece na faixa etária entre os 30 e os 40 anos. No caso do títular mais velho ter 35 anos, a redução de três anos no prazo de pagamento do empréstimo aumenta em cerca de 20 euros a prestação mensal.

Para quem tem 40 anos, a maturidade máxima passa a ser de 35 anos (menos cinco anos), o que faz subir a prestação da casa em cerca 35 euros por mês. Mas a verdade é que, “apesar de algumas instituições poderem fazer prazos superiores, a maioria dos bancos apenas financia até aos 75 anos de idade, logo também não haverá diferença no prazo de financiamento até à data” para os mutuários com 40 ou mais anos, esclarecem desde o idealista/créditohabitação.

Além disso, “devemos ter em consideração que a redução do prazo do empréstimo também implica um menor custo com o mesmo, uma vez que amortizamos mais capital na prestação mensal e pagamos juros durante menos anos". "Adicionalmente, quando contratamos um empréstimo não nos devemos esquecer que é possível que o nosso poder de compra seja inferior quando nos reformarmos”, sublinham os mesmos especialistas.

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