Marcelo Rebelo de Sousa alerta que há mais de 1 milhão de créditos habitação, impactando a vida de 3 milhões de pessoas no país.
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Crédito habitação de taxa variável
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Lusa
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O Presidente da República declarou-se esta terça-feira, dia 16 de maio, "esperançado de que a banca esteja acordada para o problema" dos créditos à habitação, e "o Banco de Portugal também", considerando que nesta matéria cabe ao Governo atuar "numa escala mais pequena".

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, congratulou-se com as palavras presidente executivo do BCP, Miguel Maya, em resposta ao seu apelo a "uma reflexão sobre os prazos, as taxas e as prestações" dos créditos à habitação.

"Ouvir um responsável cimeiro de um banco dizer que percebeu as minhas palavras e está preocupado eu considerei um bom sinal, porque esse é o problema, esse e a inflação, que podem ou dificultar ou atrasar a chegada dos tais números macro muito bons ao bolso dos portugueses", declarou.

Interrogado se o Governo deveria adotar mais medidas para ajudar quem tem créditos à habitação, o chefe de Estado respondeu: "Eu acho que isso em primeira mão está dependente da decisão da banca e do acompanhamento pelo Banco de Portugal".

Segundo o Presidente da República, "é evidente que o Governo com as bonificações tenta em relação a um número limitado de casos facilitados facilitar – mas o número de empréstimos é um milhão e cem mil, o que quer dizer, multiplicado pelo número de pessoas que integram o agregado familiar, atinge três milhões de pessoas".

"Portanto, eu diria que estou esperançado que a banca esteja acordada para o problema, o Banco de Portugal também. E que depois as medidas que o Governo vai tomando a nível de Orçamento do Estado também contribuam, mas numa escala mais pequena – é mais pequena, para aqueles que estão mesmo muito carenciados, não atinge todos os que têm empréstimos para a habitação", concluiu.

Subida dos juros nos créditos da casa
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Banca paga "muito pouco" a quem tem dinheiro em depósitos

O chefe de Estado apontou o nível dos juros dos créditos à habitação como um problema para o qual não se vê ainda "uma saída" e que se verifica "ao mesmo tempo que aquilo que a banca está a pagar a quem utiliza a banca é muito pouco".

A banca "cobra muito por causa da subida de juros a nível internacional e paga pouco a quem tem aplicações na banca", salientou.

Confrontado com os lucros da banca, o Presidente da República realçou por mais de uma vez às palavras de Miguel Maya, que na segunda-feira considerou que "o Presidente da República tem uma genuína preocupação com os portugueses" e perante o seu apelo manifestou empenho em "ver se há algo mais" que possa que o BCP fazer para ajudar os clientes.

"Ouvi um responsável de um banco reconhecer que era sensível às minhas palavras e que iam estudar como corresponder às minhas palavras", referiu.

Apesar de tudo, o Presidente da República reiterou a mensagem de que está "esperançado", porque tem ouvido "dirigentes da banca reconhecerem que vão apreciar a matéria".

Pessoalmente, Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que é "um inquilino militante".

"Nunca fui proprietário nem tenciono ser até ao final da minha vida, mas respeito que a maioria esmagadora dos portugueses querem ser proprietários, porque é o que lhes resta como seguro para o futuro, é um dos seguros importantes que querem deixar para o futuro para as suas famílias", acrescentou.

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