
As condições para avançar com um crédito habitação para comprar casa são cada vez menos apetecíveis, dada a subida a pique dos juros e a perda de poder de compra. E isso reflete-se nas contas do Banco de Portugal (BdP), que avançou esta terça-feira, dia 30 de maio, que a concessão de empréstimos habitação desacelerou em abril pelo nono mês consecutivo, somando um stock de 99,6 mil milhões de euros no final do mês. Também os depósitos das famílias têm vindo a emagrecer mês após mês.
No final de abril de 2023, o montante total de empréstimos para habitação era de 99,6 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões do que no final de março. Ou seja, registou-se uma ligeira queda mensal no stock de crédito habitação em Portugal de -0,1%. Salta à vista que o montante total de créditos da casa registado no nosso país está a emagrecer desde dezembro de 2022, quando atingiu os 100,3 mil milhões de euros.
Comparando com o montante registado há um ano (abril de 2022), verifica-se que “a concessão destes empréstimos desacelerou pelo nono mês consecutivo: a taxa de variação anual passou de 4,8% em julho de 2022 para 1,4% em abril de 2023”, explica ainda o regulador liderado por Mário Centeno na nota publicada esta terça-feira, dia 30 de maio.
Já os empréstimos ao consumo estão a crescer em Portugal, num momento em que a alta inflação continua a pressionar os rendimentos das famílias, tal como a subida a pique dos juros. “No final de abril de 2023, os empréstimos ao consumo totalizavam 20,7 mil milhões de euros, o que reflete um crescimento de 4,4% em relação a abril de 2022”, lê-se na mesma publicação.
Menos dinheiro nos depósitos em abril
O que o BdP também observou é que o montante dos depósitos dos particulares continua a emagrecer. As baixas taxas de juro nos depósitos a prazo que contrastam com os juros convidativos apresentados por outras soluções financeiras, como é o caso dos certificados de aforro, pode ajudar a explicar esta queda.
“Em abril de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes reduziu-se pelo quarto mês consecutivo. No final do mês, totalizava 174,4 mil milhões de euros, menos 0,4 mil milhões de euros do que no final de março”, explica o regulador português, salientando, contudo, que “esta redução foi menos expressiva do que a registada nos meses anteriores”.
Face a abril de 2022, os depósitos de particulares nos bancos residentes decresceram 1,6%. E este foi o segundo mês consecutivo em que os depósitos de particulares caíram face ao mesmo mês do ano anterior.
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