Carteira de crédito habitação caiu 1,2%, dada a amortização antecipada e uma menor contratações de novos empréstimos. 
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Renegociação dos créditos habitação
Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Getty images

As renegociações dos créditos habitação em Portugal estão em alta, sobretudo, depois de o Governo ter avançado com novas regras no final de 2022. No balanço dos primeiros seis meses de 2023, o presidente executivo do Santander, Pedro Castro e Almeida, revelou que a instituição renegociou a cerca de 18 mil créditos habitação, no valor de cerca de dois mil milhões de euros. E ainda sentiu a carteira de crédito habitação cair 1,2% no mesmo período, devido à amortização antecipada de créditos e pela menor contratações de novos empréstimos. 

“Desde o início deste ano, já renegociámos cerca de 18 mil créditos habitação, o que representa quase dois mil milhões de euros em termos de crédito”, avançou esta sexta-feira, dia 28 de julho, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em Lisboa. E reforçou que “não há sinais de incumprimento”.

No que diz respeito à bonificação dos créditos habitação, Pedro Castro e Almeida indicou ainda que, até junho, cerca de seis mil contratos beneficiaram desta medida prevista no Mais Habitação. “Em média, o valor bonificado por cliente é mais ou menos de 30 euros por mês para estes créditos”, detalhou, acrescentando que cerca de 500 clientes tiveram bonificações acumuladas superiores a 100 euros.

Segundo o responsável do Santander, “ter estas bonificações é uma ajuda, mas não é uma diferença substancial no que é o contexto realmente desafiante” que se vive “em termos de diminuição do rendimento disponível para as famílias que tenham crédito habitação, ou mesmo aquelas que não têm aquele efeito de inflação”.

Carteira de crédito habitação do Santander desce 1,2% - mas lucros sobem 38%

No final de junho, a carteira de crédito caiu 3,8% para 41,9 mil milhões de euros, devido “à amortização antecipada de créditos e pela menor originação de novos créditos". No que diz respeito à carteira de crédito habitação, o Santander registou um montante total de 22,4 mil milhões de euros, menos 1,2% face ao período homólogo.

O crédito a empresas também caiu 9,2% para 14,5 mil milhões de euros. Já o crédito ao consumo cresceu 2% para 1,8 mil milhões de euros. De notar ainda que os depósitos caíram 8,8% para 40,1 mil milhões de euros.

Embora a carteira de crédito tenha descido, os juros aumentaram - e muito -, tendo ajudado a subir a margem de lucro dos bancos. Em concreto, os lucros do Santander cresceram 38% para 334 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado, anunciou ainda o presidente executivo da instituição financeira.

“Os resultados que apresentamos hoje são muito positivos, conforme o que tem sido a regra dos resultados dos bancos, diria, do mundo inteiro, particularmente da Europa”, afirmou, destacando a influência das taxas de juro, mas também a “jornada de transformação” que a instituição iniciou há alguns anos.

Pedro Castro e Almeida precisou que “a margem financeira é o que tem ajudado a subir os resultados do banco em Portugal e no mundo inteiro, pelo menos no hemisfério norte”. Nos primeiros seis meses do ano, em termos consolidados, a margem financeira subiu 58,4% para 586 milhões de euros, refletindo a subida das taxas de juro mais elevadas.

O produto bancário aumentou 35,5% para 830,4 milhões de euros, enquanto as comissões líquidas diminuíram 3,5% para 231,2 milhões de euros. Os custos operacionais cresceram 5,3% face ao período homólogo, para 255,4 milhões de euros.

O Santander constituiu provisões líquidas e outros resultados de 38,9 milhões de euros, uma subida de 79,6% face ao período homólogo, o que reflete “o aumento dos encargos relacionados com a contribuição extraordinária sobre o setor bancário com o adicional de solidariedade, assim como os impactos da alienação de ativos concorrentes detidos para venda realizada no mesmo período de 2022”.

*Com Lusa

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