
As taxas de juro nos novos créditos habitação em Portugal já estão a dar sinais de descia há alguns meses, antecipando aquele que será o primeiro alívio dos juros diretores que deverá ser decidido pelo Banco Central Europeu (BCE) na reunião desta quinta-feira, dia 6 de junho. E em abril não foi diferente: os juros nos novos empréstimos da casa no nosso país voltaram a cair para 3,75%, estando pela primeira vez em quase dois anos abaixo da média da zona euro.
“A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 3,88%, em março, para 3,75% em abril”, revela o Banco de Portugal (BdP) na nota estatística divulgada esta quarta-feira (dia 5 de junho). E acrescenta que “relativamente ao crédito à habitação, pela primeira vez desde setembro de 2022, a taxa de juro da área do euro (que se fixou em 3,77%) foi superior à registada em Portugal”.
Esta descida dos juros nas novas operações de crédito da casa reflete o recuo das taxas nos contratos totalmente novos, bem como nas renegociações:
- a taxa de juro média dos novos contratos de crédito habitação diminuiu 0,05 pp, fixando-se em 3,63%;
- nos créditos da casa renegociados, a taxa de juro média reduziu-se 0,25 pp, para 4,05%.
O que também salta à vista é que houve um aumento do montante de novos créditos habitação em Portugal, que pode estar relacionado precisamente com a descida dos juros e da Euribor. Em concreto, os montantes dos novos empréstimos da casa aumentaram 31 milhões de euros num mês fixando-se em 1.339 milhões de euros em abril, revela ainda o regulador português.
Este aumento do montante de novos créditos habitação deve-se à maior contratação de empréstimos totalmente novos, já que as renegociações diminuíram 129 milhões de euros relativamente a março, para um total de 484 milhões de euros em abril.
Taxa mista atinge recorde nos novos empréstimos da casa
Uma tendência que veio para ficar (pelo menos, por enquanto) trata-se da adesão em massa à taxa mista nos novos créditos da casa, que fixa os juros num período inicial do contrato seguido de período variável. Tanto assim é que os empréstimos habitação a taxa mista representaram em abril o peso recorde de 75% do total contratualizado nesse mês.
“Este é o valor máximo desde o início da série estatística, em dezembro de 2021”, destaca o BdP. Recorde- que as taxas mistas pesavam 16% do montante de novas operações de crédito para habitação própria e permanente em dezembro de 2022.
A maior procura dos novos contratos de crédito habitação com taxa mista tem-se refletido na alteração de composição do stock de empréstimos para habitação. No final de abril, a taxa mista passou a representar 22% do total de créditos habitação em vigor em Portugal. Um ano antes, pesava apenas 7%.
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