
Os juros nos novos créditos habitação continuam a sua trajetória de descida. Em março de 2024, a taxa de juro média fixou-se nos 3,68%, menos 0,04 pontos percentuais (p.p.) face ao mês anterior, revelou o Banco de Portugal (BdP) esta sexta-feira, dia 3 de março. Este recuo dos juros tem sido promovido por uma maior adesão às taxas mistas – mais baratas no período inicial do contrato -, bem como pelas recentes descidas da Euribor, ainda que ligeiras. Também já se sente um aumento do valor de novos créditos habitação e um recuo nas renegociações.
“A taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,04 pp, fixando-se em 3,68% em março”, revela o regulador português na nota de imprensa publicada esta sexta-feira, dia 3 de março. Assim, em março assinalou-se a quinta queda consecutiva desta taxa de juro.
Esta descida dos juros poderá estar relacionada com uma maior contratação de créditos a taxa mista, foi aplicada a 74% do total de novos empréstimos à habitação própria e permanente em março, o destino de financiamento mais relevante. Isto porque os bancos estão a oferecer taxas mistas mais baratas nos primeiros anos do crédito habitação, antecipando a queda da Euribor que está prevista para junho, depois de o Banco Central Europeu iniciar o alívio da sua política monetária.
Além disso, também as taxas variáveis e indexadas à Euribor, que representam 23% dos créditos habitação própria e permanente, têm vindo a descer, ainda que de ligeiramente nos últimos meses. Esta tendência também pressiona em baixa a evolução da taxa média nos novos créditos da casa calculado pelo BdP.
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Renegociações de crédito habitação descem pelo segundo mês
A descida dos juros poderá estar a animar a contratação de novos empréstimos para comprar casa, já que se observou um aumento de 168 milhões de euros em março face ao mês anterior, tendo totalizado 1.307 milhões de euros.
Além disso, há menos renegociações de crédito habitação, já que o montante diminuiu 118 milhões de euros em março relativamente a fevereiro, para um total de 549 milhões de euros. Este foi o segundo mês em que se sentiu uma redução do montante de renegociações de empréstimos da casa em Portugal.
O que salta à vista é que também os juros dos créditos habitação renegociados em março recuaram 0,07 p.p. para 4,2%. Isto quer dizer que a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação – que inclui novos contratos e renegociações - passou de 3,92%, em fevereiro, para 3,83% em março.
Quanto às amortizações antecipadas de crédito habitação, estas representaram 0,88% do stock de empréstimos em março, abaixo dos 0,91% de fevereiro. Assim, março foi o terceiro mês consecutivo em que houve diminuição das amortizações antecipadas. As amortizações antecipadas totais (que inclui os contratos terminados por pagamento total da dívida, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito) representaram 91% das amortizações antecipadas em março.
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