O guardião da economia da zona euro considera que Portugal está a falhar na adoção de medidas que corrijam os seus desiquilíbrios macroeconómicos: elevado endividamento (externo, público e privado), peso do crédito em incumprimento e desemprego alto. E caso o país continue sem fazer reformas mais ambiciosas, o Banco Central Europeu (BCE) defende mesmo que seja aplicada uma multa.
Para se decidir o que fazer, a Comissão Europeia vai "analisar especificamente" se o Programa Nacional de Reformas, que Portugal (bem como Itália e Chipre) tem que remeter a Bruxelas até ao final de abril, "contem medidas políticas ambiciosas suficientes" dirigidas a esses desequilíbrios, tal como indica a Lusa.
Num artigo do seu boletim económico mensal, citado pela agência de notícias, o BCE refere que estes desequilíbrios têm vindo a ser identificados a Portugal desde 2015 e que, nesse sentido, Bruxelas tem feito recomendações que, na sua grande maioria, não foram implementadas.
Apesar das "grandes vulnerabilidades" da economia portuguesa, o BCE considera que a falta de implementação das recomendações é "particularmente surpreendente" no caso de Portugal, também depois de as autoridades se terem comprometido "com uma agenda reformista ambiciosa" no ano passado.
Para o BCE, a utilização dessas ferramentas "é desejável, não só para aumentar as perspetivas económicas do país especificamente, mas também para facilitar os processos de ajustamento económico na zona euro e para reduzir as suas vulnerabilidades". "É do interesse da zona euro como um todo", resume.
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