
O grupo espanhol Santander comprou o também espanhol Banco Popular por apenas um euro para evitar o resgate da instituição. O negócio foi confirmado pela entidade espanhola equivalente à CMVM, que revelou, em comunicado, que o Santander adquiriu a totalidade do capital social do Bando Popular, “como resultado de um processo competitivo de venda organizado no âmbito de uma medida de resolução”.
O negócio acontece depois do Banco Central Europeu ter constatado a inviabilidade da instituição de forma independente e a fim de garantir a segurança dos depositantes do Banco Popular. “O Conselho Único de Resolução transferiu todas as ações e instrumentos de capital do Banco Popular Español para o Banco Santander", indica o comunicado do Conselho Único de Resolução, a autoridade de resolução no quadro da União Bancária.
Como parte da operação, o Santander tem previsto realizar um aumento de capital de aproximadamente 7.000 milhões de euros, “que cobrirá o capital e as provisões necessárias para reforçar o balanço do Banco Popular”, lê-se num comunicado enviado à CMVM espanhola.
Também o Banco de Portugal já confirmou a decisão tomada pelo Conselho Único de Resolução. “Para o Banco Popular Portugal, esta medida não implica qualquer alteração na atividade do banco português, que continua a operar com total normalidade, agora integrado num novo grupo bancário. Esta solução não contempla financiamento por parte de organismos nacionais e protege as poupanças confiadas ao Banco Popular Portugal, assegura a continuidade dos serviços prestados em Portugal e do financiamento à economia. A solução preserva, por isso, a estabilidade do Banco Popular Portugal e contribui para a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro português”, refere o regulador.
Santander Totta com quota de mercado de cerca de 17%
Entretanto, e num comunicado enviado pelo Santander Totta, “com esta operação, o Banco Santander torna‐se no maior banco em Espanha e o Banco Santander Totta no maior banco privado em Portugal em ativos e no apoio às empresas e às famílias portuguesas”.
“Com esta aquisição, mais de 21 milhões de clientes nos dois países passarão a beneficiar de uma muito mais ampla rede de balcões e de uma mais larga oferta de produtos e de serviços”, lê-se no documento.
O banco, que em Portugal tem cerca de 1.000 colaboradores, adianta que “passa a deter uma quota de mercado de cerca de 17%, tornando‐se no maior banco privado português em termos de ativos e de crédito e um dos maiores em termos de recursos”.
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