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A corticeira Robcork demorou seis anos para abrir: o anúncio da sua criação foi feito em junho de 2009 e a unidade industrial foi inaugurada em março de 2015. Fechou, no entanto, pouco tempo depois. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) mandou-a para liquidação em janeiro passado, sendo que o banco público tem a haver oito dos quase 12,2 milhões de euros de créditos de entidades estatais.

Segundo o Jornal de Negócios, a Robcork nasceu após um investimento então orçado em 8,5 milhões de euros nas antigas instalações da multinacional Johnson Controls, em Portalegre. 

Além dos usos tradicionais da cortiça, a empresa pretendia avançar em novas áreas de negócio, novos segmentos de mercado e novos produtos inovadores, tendo sempre como base a cortiça, escreve a publicação.  

Certo é que a fábrica da Robcork foi inaugurada a 5 de março de 2015, por Poiares Maduro, na época ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional. “Atraso nas obras e a dificuldade nos licenciamentos” foi a explicação dada pelos promotores para os atrasos, sendo que o investimento já totalizava 15 milhões de euros. 

Em janeiro deste ano, os credores da Robcork decidiram mandar a empresa para liquidação, em assembleia realizada no Tribunal da Comarca de Portalegre, refere o Jornal de Negócios, acrescentando que foi chumbado, em meados de 2017, o plano de recuperação da empresa em sede de Processo Especial de Revitalização (PER), apresentado no final de 2016. 

A CGD, maior credor com 8,1 milhões dos 12,9 milhões de euros de créditos da Robcork, não aceitou a proposta de viabilização assinada por um grupo inglês. Entre os outros credores estão o IAPMEI e o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) – dois milhões de euros cada –, a Segurança Social, com 90.000 euros, e o Fisco, com 40.000 euros.

Quer isto dizer que o Estado detém cerca de 95% dos créditos validados na lista de credores apresentada há um ano em tribunal pelo administrador de insolvência nomeado para o PER da Robcork, António Azevedo Coutinho, refere o Jornal de Negócios.

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