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Apesar de sempre ter rejeitado o cenário de uma bolha imobiliária em Portugal, o governador do Banco de Portugal (BdP) veio agora reconhecer que está preocupado com a evolução do preço do imobiliário no mercado nacional. Carlos Costa considera mesmo que este é um assunto que atualmente merece mais atenção e um maior diálogo, tanto com o INE como com o Governo, pelos efeitos que pode ter na economia do país.

"Se há alguém que partilha as preocupações em relação ao imobiliário sou eu", assumiu Carlos Costa aos deputados na comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, esta semana.

Em causa estão eventuais problemas que possam surgir a nível da atividade económica, com efeitos na estabilidade financeira e macroeconómica do país.

O líder do Banco de Portugal, citado pelo Jornal de Negócios, sublinha que distingue dois fenómenos num eventual pico imobiliário: "o induzido pelo ciclo de crédito, esse está debaixo do controlo" – referindo a política macroprudencial em que houve recomendações aos bancos com limites, como nas taxas de esforço das prestações face aos rendimentos das famílias; e o "pico imobiliário sem haver ciclo de crédito".

O governador salientou que existem, todavía, poucas estatísticas sobre o tema, admitindo que para corrigir esse cenário e apurar o que efetivamente se passa no imobiliário haja um contacto próximo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Por outro lado, este é, segundo Carlos Costa, um tema que deveria ser alvo de um contacto mais próximo com o Executivo e ser analisado por "um órgão como o Conselho Superior de Estabilidade Financeira, qualquer que seja o nome que tenha", garantindo o diálogo entre "quem assegura a estabilidade financeira e quem faz a política que tem relevância setorial".

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