
Mais de metade dos portugueses não consegue (ou não sabe) identificar notícias falsas, segundo uma sondagem de Bruxelas. Apenas 48% dos inquiridos disse ter facilidade em identificar informação que deturpa a realidade, um número que está abaixo da média da União Europeia (UE), fixada nos 58%. A Comissão Europeia admite que a relação dos portugueses com as “fake news” é “preocupante”.
Numa altura em que o país se prepara para três atos eleitorais – as europeias, legislativas e regionais na Madeira - o Eurobarómetro sobre opinião pública em Portugal, realizado no outono de 2018, vem mostrar que "os portugueses parecem estar menos conscientes da exposição a notícias falsas, menos preparados para identificá-las e menos dispostos a considerá-las um problema no seu país e para o funcionamento das democracias do que o conjunto dos cidadãos dos 28 Estados-membros".
"O facto de menos de metade dos cidadãos nacionais inquiridos afirmar ser capaz de identificar notícias deturpadoras da realidade ou falsas é preocupante e merece maior atenção", alerta Bruxelas, no relatório.
Os grupos sociodemográficos menos capazes de encontrar informação falsa “são os compostos por indivíduos com mais de 55 anos (34%), pelos que deixaram de estudar com 15 ou menos anos (35%), pelos que se definem como pertencendo à classe trabalhadora (35%) e, sobretudo, pelas domésticas (10%)".
Mais de dois terços dos portugueses disse ainda acreditar na informação veiculada pela televisão e pela rádio (68% em cada), seguindo-se a imprensa escrita (61%) e a internet (41%) - percentagens que se encontram acima da média europeia na generalidade. A confiança dos portugueses nas redes sociais também é superior à dos vizinhos europeus: 26% contra 19%.
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