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Famílias portuguesas entre as que mais vivem acima do que podem, diz OCDE
GTRES

As famílias da classe média portuguesa estão a viver acima das suas possibilidades, segundo um estudo da OCDE. Diz o relatório que mais de um terço (35,4%) dos agregados familiares tinham custos superiores aos seus gastos em 2016. A habitação e saúde são as despesas que mais pesam no orçamento das famílias, que enfrentam - ao mesmo tempo - cada vez mais dificuldades na hora de pagar os empréstimos ao banco. 

Na prática, os custos das famílias em Portugal continuam a subir muito acima dos rendimentos. De acordo com a OCDE, entre 2005 e 2015 os gastos das famílias subiram 6,6%, enquanto que os salários registaram uma subida quase nula, de 0,6%. O relatório, citado pelo Negócios, acrescenta ainda que 69% das famílias portuguesas de classe média são financeiramente frágeis, tendo inclusivamente dificuldades em ter dinheiro até ao fim do mês.

Os gastos com a habitação e saúde estão entre os que mais pesam no bolso das famílias – estão ambos a subir acima dos rendimentos. “A despesa em casas próprias subiu de forma pronunciada na Irlanda, Portugal e Espanha", diz a OCDE, sem esquecer as subidas nos preços do arrendamento, também referidas no documento.

Mais famílias com dificuldades em pagar empréstimos

E há mais um sinal de que se vive acima do que se pode. O crédito ao consumo aumentou, mas as dificuldades em pagá-lo também. Há cada vez mais famílias a falhar o pagamento dos empréstimos ao consumo e de habitação.

O número de contratos de crédito ao consumo que os portugueses deixaram de pagar regularmente, em 2018, ascendeu a 442.397, o que representa um aumento de 12% face ao ano anterior. No crédito à habitação, as famílias falharam o pagamento de 55.413 créditos, menos 11,6% do que em 2017, segundo os dados do Banco de Portugal, no Relatório de Supervisão Bancária.

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