Novo programa de vistos de teletrabalho para cidadãos fora do Espaço Schengen Europeu permite estar no país até 6 meses consecutivos, mesmo na pandemia.
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A receita da Islândia para relançar a economia: atrair trabalhadores remotos de luxo
Photo by Rory Hennessey on Unsplash

Há uma nova rota de fuga para quem procura escapar às restrições da pandemia do novo coronavírus. No início de novembro, a Islândia implementou discretamente algumas mudanças no seu programa de vistos de trabalho remoto para cidadãos fora do Espaço Schengen Europeu, segundo a Bloomberg. Os norte-americanos - e qualquer estrangeiro que não precise de visto para entrar na Islândia - terão permissão para permanecer no país durante seis meses consecutivos, mesmo com as fronteiras internacionais ainda condicionadas.

Mas há algumas letras miúdas neste “contrato” às quais é preciso prestar atenção. É que para entrar na “terra do fogo e do gelo” é preciso ter um emprego remunerado noutro lugar e rendimentos de quase seis dígitos, de acordo com a publicação.

“Acho que a ideia é atrair profissionais de elevados rendimentos de Sillicon Valley ou de São Francisco para gastar o dinheiro aqui e não lá”, explica Asta Gudrun Helgadottir, membro do Partido Pirata da Islândia. Embora os visitantes de longa duração não sejam tecnicamente turistas, a esperança é que estes arrendem Airbnbs não utilizados, ocupem as mesas vazias dos restaurantes e sigam para o campo nos fins de semana para explorar o país como como turistas. “Mas que tenha os bolsos cheios”, escreve a agência financeira.

A Islândia não é o primeiro lugar a querer atrair quem podem teletrabalhar de qualquer parte do mundo. Bermudas, Barbados, Ilhas Caimão e Estónia também usaram mesma estratégia para captar receita estrangeira durante a pandemia, que afetou o turismo em força.

Mas a proposta da Islândia, que não é barata só por si, é a única que vista estritamente os riscos. As Bermudas, por exemplo, segundo relata a Bloomberg, exigem pouco mais do que uma taxa de inscrição de 263 dólares para aqueles que desejam trocar sua vida monótona por uma aventura temporária numa ilha. Já a Islândia exige prova de um salário mensal de 1 milhão de coroas islandesas  (7.360 dólares), cerca de x euros, e os candidatos devem cumprir os requisitos de seguro saúde suplementar.

O ministro da Justiça, que supervisiona os vistos de trabalho e requisitos de entrada, divulgou informações limitadas sobre o novo programa e a justificação por detrás da desta abordagem, não tendo respondido às questões da agência financeira até à data de publicação do referido artigo. Esta pode ser a Islândia do futuro: menos focada em atender às massas e mais feliz em oferecer turismo de luxo para poucos.

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