
De aonde vem o trigo que é consumido em Portugal? Em 2021, segundo dados divulgados esta quinta-feira (26 de maio de 2022) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), “apenas 6,3% da utilização interna de trigo (consumo humano, alimentação animal, utilização industrial, etc.) era satisfeita pela produção nacional, o que compara com 59,9% em 1990”. A França é atualmente o principal fornecedor de trigo a Portugal (49%), bem à frente da Espanha (13%).
“No final da década de 80, o principal fornecedor de trigo a Portugal eram os Estados Unidos. No entanto, em 1991, este fornecedor perdeu relevância, dando lugar a países da União Europeia, com destaque para a França”, conclui o INE.
Segundo o gabinete de estatísticas nacional, “Portugal regista uma forte dependência externa em relação ao abastecimento de trigo”, sendo que “há mais de uma década que o grau de autoaprovisionamento é inferior a 10%”.
O que diz respeito ao trigo proveniente da Ucrânia e da Rússia, o peso no mercado nacional é residual, de apenas 0,5% e 0,3%, respetivamente, o que leva o INE a concluir que uma eventual “suspensão das importações deste cereal com origem nestes países dificilmente poderá afetar o abastecimento interno”.
“No entanto, a instabilidade resultante da intervenção militar da Rússia na Ucrânia refletiu-se na cotação internacional do trigo o que, face à dependência externa de Portugal desta commodity, irá muito provavelmente aumentar o desequilíbrio da balança comercial”, lê-se no boletim divulgado pelo instituto, intitulado “A economia do trigo”.
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