A subida do preço dos combustíveis faz-se sentir há algum tempo em alguns países, nomeadamente em Portugal, sendo este cenário uma consequência da guerra na Ucrânia. Uma tendência que poderá manter-se nos próximos meses. O alerta é dado pelo diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, que antecipa que a Europa enfrente uma temporada de verão em que provavelmente haverá problemas de abastecimento para todos os tipos de combustíveis.
“Quando a época de verão começar na Europa e nos EUA, a procura por combustíveis vai crescer. E então pode quebras de produção, por exemplo, de gasóleo, gasolina ou queroseno, sobretudo na Europa”, disse Birol em entrevista à revista alemã Der Spiegel.
O responsável máximo da AIE, organização que reúne países consumidores de petróleo bruto e alguns produtores como o Reino Unido, os EUA ou a Noruega, alertou para o facto de os mercados de petróleo bruto poderem estar numa situação tensa durante o verão.
Por outro lado, Birol explicou que os países europeus são especialmente vulneráveis aos problemas de abastecimento de petróleo, porque não dependem apenas do petróleo bruto, mas também das importações de produtos derivados e refinados. “Alguns países, como por exemplo a China, estão a impor as primeiras proibições às exportações, querem proteger os seus próprios consumidores", justificou.
Nesse sentido, o diretor-executivo da AIE considera que se avizinha uma crise “muito maior” que a crise do petróleo dos anos 70, ocorrida após a decisão da OPEP de embargar as exportações de petróleo para determinados países em consequência da guerra do Yom Kippur. Segundo Fatih Birol, há 50 anos o mundo estava apenas perante uma crise do petróleo, mas agora é uma crise conjunta de petróleo, gás natural e eletricidade.
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