
Continua o movimento internacional de subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais como estratégia para travar a inflação. Agora foi a vez do Norges Bank decidir voltar a aumentar as taxas diretoras do país para o valor mais alto no período de uma década, como resposta à rápida subida da inflação no país, que está em máximos de 34 anos (6,79% em julho). O anúncio da quinta subida nas taxas de juro pelo banco central da Noruega, desde setembro passado, foi feito na passada quinta-feira, dia 18 de agosto de 2022.
A taxa de juro diretora, pela segunda vez consecutiva, voltou a subir 50 pontos base, agora para 1,75%, um patamar que não se registava março de 2012. E a autoridade monetária do país nórdico já admitiu que as taxas devem voltar a subir em setembro, mas sem concretizar um valor. Esta é a segunda subida em 50 pontos, na Noruega, em três meses.
Na sua análise, o banco central norueguês aponta que:
- a inflação tem ficado consideravelmente acima do projetado e bem acima da meta de 2%, ao mesmo tempo que a atividade económica continua elevada e com pouca capacidade ociosa, o que tem permitido que o desemprego caia um pouco mais do que o esperado.
- o aumento dos preços tem sido generalizado nos últimos meses e pode implicar que a inflação permaneça alta por mais tempo do que o esperado anteriormente, o que sugere um aumento das taxas mais rápido do que o previsto em junho, o que reduzirá o risco de consolidação da inflação em patamar elevado e a necessidade de um maior aperto da política monetária no futuro.
"É necessária uma taxa marcadamente mais alta para aliviar as pressões sobre a economia norueguesa e reduzir a inflação para a meta", disse a governadora Ida Wolden Bache.
Esta decisão levanta também questões relacionadas com a vizinha Suécia, que deverá, ao que indicam os analistas, realizar um aumento em 75 pontos base no próximo mês. Depois de antever tocar nas taxas de juro só em 2024, o Risbank viu-se obrigado a mudar a sua política monetária, subindo, pela primeira vez, as taxas de juro em abril passado.
“A inflação atingiu o nível mais alto desde a década de 1990 e continuará alta por algum tempo. Para evitar que a alta inflação se enraíze na fixação de preços e salários, o conselho executivo decidiu aumentar a taxa de juro", indicou o banco central sueco.
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