Palácio, jardim, mata, dependências agrícolas e respetivo património móvel abrangidos na classificação deste monumento em Lisboa.
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Quinta dos Condes de Carnide agora é Monumento de Interesse Público
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Lusa
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A Quinta dos Condes de Carnide, incluindo o palácio, o jardim, a mata, as dependências agrícolas e o respetivo património móvel, em Lisboa, foi classificada como Monumento de Interesse Público. Fundada em finais do século XVII, este imóvel é considerado um testemunho das antigas quintas dos arredores de Lisboa e destaca-se pelo bom estado de conservação da estrutura setecentista.

Fundada em finais do século XVII, a Quinta dos Condes de Carnide constitui "uma pequena parte da extensa propriedade original", notabilizada enquanto "ponto de ligação entre Lisboa e Belas, local de apetências agrícolas e pastorícias, e abundância de água e 'bons ares' que propiciaram, desde cedo, a aquisição de terras por parte da Igreja [Católica], da nobreza e da própria Casa Real", lê-se na portaria assinada, em 17 de agosto, pela secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.

A classificação da Quinta dos Condes como Monumento de Interesse Público contempla:

  • o palácio,
  • o jardim,
  • a mata,
  • as dependências agrícolas,
  • o património móvel integrado no Largo do Jogo da Bola, no Largo do Malvar, na Rua Guiomar Torresão, na Rua Ana de Castro Osório e na Rua Maria Brown.

"O conjunto, em bom estado de conservação, apresenta-se como testemunho cada vez mais raro das antigas quintas dos arredores de Lisboa que conjugavam uma vertente económica com uma componente recreativa, incluindo, muitas vezes, casa de habitação nobilitada", realça a portaria, publicada em Diário da República, que determina a classificação.

Estrutura setecentista faz parte da história económica, cultural e social de Lisboa; e destaca-se pelo património

Segundo a portaria, a atual forma do palácio resulta das profundas obras de alteração sofridas no terceiro quartel do século XVIII, que lhe deram "uma imagem sóbria e austera, ao gosto pombalino, completada por uma campanha da segunda metade do século XIX, e, finalmente, por uma intervenção de 1957 que visou recuperar a estrutura setecentista e da qual data igualmente a uniformização da longa fachada e a reformulação dos interiores".

Relativamente ao espaço habitacional, estrutura-se a partir de um amplo átrio de entrada através do qual se acede às duas alas térreas, ao jardim e à escadaria interior. Esta, "em dois lanços, permite o acesso ao piso nobre e suas salas de maior aparato, decoradas com estuques e interessantes silhares de azulejo".

A portaria destaca ainda a original escadaria setecentista que articula o piso nobre com o jardim formal em buxo, "organizado em redor de um tanque circular, formalizando um eixo de cariz barroco que tem início no portal principal do palácio, cruza o átrio, a escadaria e o jardim, e termina na alameda da mata que remata a propriedade a poente".

Classificação da Quinta dos Condes dentro do regime de proteção e valorização do património cultural

A classificação da Quinta dos Condes de Carnide como Monumento de Interesse Público reflete os critérios da lei n.º 107/2001, que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural, "relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico ou material intrínseco, à sua conceção arquitetónica, urbanística e paisagística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva".

Os bens imóveis de interesse cultural, consoante o seu valor relativo, podem ser classificados como de:

Essa classificação permite que beneficiem de uma zona especial de proteção (ZEP), que assegura o enquadramento arquitetónico, paisagístico e a integração urbana.

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