Antiga fábrica de massas "representa a conservação de um testemunho fundamental dos processos de mecanização da alimentação em Portugal", revela a decisão.
Comentários: 0
A antiga fábrica A Napolitana foi classificada como monumento de interesse público
Antiga fábrica A Napolitana / Google Maps

A antiga unidade industrial A Napolitana, situada em Alcântara, foi classificada como monumento de interesse público. A decisão foi publicada em Diário da República e conclui um processo iniciado em 2017. “A manutenção deste complexo, uma das últimas instalações industriais desta zona de Lisboa ocidental, representa a conservação de um testemunho fundamental dos processos de mecanização da alimentação em Portugal”, lê-se na publicação.

“Construída em finais da primeira década do século XX, na zona industrializada de Santo Amaro, em Lisboa, a fábrica de massas A Napolitana insere-se na grande fase de afirmação da indústria moageira alimentar em Portugal, constituindo um projeto de referência na sua época”, lê-se na Portaria n.º 197/2021 publicada na passada sexta-feira (dia 14 de maio de 2021).

Esta antiga fábrica situa-se na Rua de Maria Luísa Holstein, na Rua da Cozinha Económica e no número um da Travessa de Teixeira Júnior e inclui o edifício fabril principal, de três pisos, com mezaninos e pilares de ferro forjado, o edifício da moagem, com quatro pisos, e igualmente dotado de fileiras de pilares de ferro, os silos, com cinco pisos, a casa das máquinas e os armazéns, hoje desprovidos dos seus equipamentos originais, revela ainda o documento.

Este “conjunto, com gramática arquitetónica indissociável da imagem de marca da empresa construtora, a parceria francesa Vieillard & Touzet, manteve a sua unidade construtiva e estética, conferida sobretudo pela valorização dos elementos estruturais, pelo valor plástico dos vãos de iluminação e pela articulação do tijolo branco e cinzento”, lê-se ainda.

Na base da decisão está também o facto de esta a antiga unidade fabril assumir uma “reconhecida importância para o estudo da arquitetura industrial portuguesa de inícios de novecentos”, assume ainda a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira, que assina o documento. Isto porque há vários elementos em destaque, como as opções espaciais, formais e tecnológicas que nortearam o projeto, que apresentam esta unidade como um exemplo do funcionalismo neoclássico.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta