Fed e BCE têm vindo a subir a taxa de juro de referência nos últimos meses, que se encontram em 4% e 2%, respetivamente.
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Taxa de juro diretora está a subir para combater a inflação
Christine Lagarde, presidente do BCE GTRES

A maior parte dos dirigentes da Reserva Federal norte-americana (Fed), durante a última reunião de política monetária, manifestaram-se a favor de reduzir a dimensão das subidas da taxa de juro de referência nos EUA, que se encontra atualmente em 4%. Essa última subida, recorde-se, aconteceu no início de novembro e foi de 75 pontos percentuais, o que sucedeu pela quarta vez consecutiva. Também o Banco Central Europeu (BCE) admite fazer uma pausa na subida de juros, caso haja uma recessão prolongada.

Segundo a Lusa, que se apoia nas atas da reunião da Fed de 1 e 2 de novembro, divulgadas recentemente, e que levaram a taxa de juros a tocar nos 4%, os dirigentes da Fed salientaram que “havia muito poucos sinais de as pressões inflacionistas estarem a baixar”. Contudo, “uma substancial maioria” dos dirigentes expressaram o entendimento de que subidas menores de taxas de juro “seriam em breve apropriadas”.

Espera-se que a Fed volte a subir a sua taxa de juro de curto prazo, com implicações para muitos empréstimos de empresas e consumidores, em meio ponto percentual, quando o seu comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês), se reunir em meados de dezembro.

“Reduzir o ritmo (da subida) daria à Fed a capacidade de avaliar a conjuntura económica e ver para onde se dirige”, escreveu Jennifer Lee, economista sénior na BMO Capital Markets, numa nota analítica.

BCE admite pausa na subida de juros

Também o BCE, que desde julho subiu as taxas de juro diretoras três vezes – de 0% para 0,5%, de 0,5% para 1,25% e de 1,25% para 2% –, admite fazer uma pausa na subida de juros se houver uma recessão “prolongada e profunda”. 

De acordo com o Expresso, que se apoia nas atas da última reunião a 26 e 27 de outubro, divulgadas recentemente, o BCE não recua no aperto da política monetária no caso de se concretizar uma “recessão suave” no horizonte. No entanto, se a recessão for prolongada, a abordagem poderá ser distinta.

Os banqueiros centrais do euro concordaram que a economia da zona euro já está em abrandamento desde o terceiro trimestre de 2022 e que essa trajetória “vai continuar até final do ano e no início de 2023”. Avançaram inclusive que uma “recessão técnica se tornou o resultado mais provável”. No limite, continuam a achar que haverá “uma recessão suave em vez de uma aterragem forçada ou um abrandamento prolongado", referem as atas da discussão.

O conselho do BCE abre uma porta, no entanto, para um ajustamento no ciclo de aperto monetário. O que significa que os dois cenários foram equacionados. “Foi argumentado que, no caso de uma recessão leve, o conselho do BCE deverá prosseguir com a normalização e o aperto da política monetária”, diz-se nas atas. Mas “poderá querer fazer uma pausa se houver uma recessão prolongada e profunda, o que provavelmente reduzirá a inflação em maior medida”, lê-se nas atas, citadas pela publicação. 

*Com Lusa

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