É o quinto aumento desde março e a taxa dos fundos federais fica agora entre 3% e 3,25%, o nível mais alto dos últimos 14 anos.
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Lusa
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A Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou esta quarta-feira, dia 20 de setembro de 2022, uma nova subida de 75 pontos base na sua taxa de juro, um aumento idêntico ao que tinha decidido nas duas últimas reuniões. Este é o quinto aumento desde março e a taxa dos fundos federais fica agora entre 3% e 3,25%, o nível mais alto dos últimos 14 anos.

O banco central norte-americano indicou em comunicado, após uma reunião de dois dias, que "antecipa que outros aumentos adicionais serão necessários em 2022" face a uma inflação que tem continuado elevada e se revela persistente.

Nas novas previsões que divulgou, a Fed indicou que prevê agora um crescimento económico quase nulo em 2022 (+0,2%) quando em junho antecipava 1,7%. Em relação à inflação, o banco central espera que fique em 5,4% este ano, ligeiramente acima da previsão anterior, que era de 5,2%.

Esta terceira subida consecutiva de 75 pontos surge dias após ter sido anunciado que em agosto a inflação nos EUA ficou acima do previsto, com o índice de preço CPI a avançar 8,3% em termos homólogos.

subida taxas de juro
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Em março, a Fed começou por anunciar uma subida de 25 pontos base, em maio houve um aumento de 50 pontos base e nas reuniões de junho e julho as subidas foram de 75 pontos base. Esta subida da taxa de referência leva a um aumento dos juros dos créditos a particulares e empresas, com o objetivo de abrandar a atividade económica e aliviar a pressão sobre os preços.

Em relação às previsões para 2023, a Fed antecipa um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% (contra 1,7% nas anteriores previsões, em junho) e prevê que a inflação recue para 2,8% no próximo ano (contra 2,6% anteriormente).

Em relação à taxa de desemprego, que está em 3,7%, deverá aumentar ligeiramente sob o efeito da subida das taxas de juro para 3,8% em 2022 (3,7% nas previsões de junho), antes de atingir 4,4% em 2023 (contra 3,9% em junho).

Fed só acaba com subida de taxa se estiver muito confiante no recuo da inflação

O presidente da Reserva Federal disse que os dirigentes do banco central “têm de estar muito confiantes em que a inflação está a recuar”, para o objetivo de 2%, antes de considerarem acabar com a subida da taxa.

As declarações de Jerome Powell foram feitas em conferência de imprensa, depois de o comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês) da Reserva Federal (Fed) ter decidido elevar a taxa de juro de referência em três quartos de ponto percentual (75 pontos-base) para o intervalo entre três por cento e 3,25%. Este valor é o mais alto desde o início de 2008.

Na ocasião, Powell apontou que a força do mercado laboral está a alimentar ganhos salariais, que estão, por sua vez, a pressionar os preços no sentido da alta. Powell insistiu no seu entendimento que reduzir a inflação é vital para garantir a saúde do mercado laboral a longo prazo.

“Se queremos iluminar o caminho para outro período de muito forte mercado laboral, temos de deixar a inflação para trás de nós. Desejaria que houvesse uma forma indolor de o fazer. Mas não há”, disse Powell.

Dirigentes da Fed têm dito que procuram uma “aterragem suave” da economia, expressão que significa que pretendem arrefecer a economia o suficiente para controlar a inflação, sem provocar uma recessão. Mas entre os economistas, o ceticismo quanto a este objetivo é grande. Têm apontado que esperam uma recessão, com despedimentos e desemprego crescente, no final deste ano ou no início do próximo, como resultado das fortes subidas da taxa de juro pela Fed.

“Ninguém sabe se este processo vai conduzir a uma recessão ou, neste caso, quão forte esta pode ser”, admitiu hoje Powell. Na sua opinião, tudo vai depender “da rapidez com que se controlar a inflação”.

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