A trajetória de cortes é para continuar, desde que se mantenham as projeções da inflação, explica Luis de Guindos.
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Luis de Guindos do BCE
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O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou durante um evento organizado pelo Madrid Foro Empresarial que ninguém sabe "qual será o final" do atual ciclo da política monetária na zona do euro, embora tenha defendido que a trajetória de queda está clara, desde que as projeções sobre a inflação se confirmem.

"Ninguém sabe qual será o final, mas a trajetória da jornada está relativamente clara, caso as projeções se cumpram", afirmou o economista e ex-ministro da Economia.

Luis de Guindos minimizou o debate sobre a taxa de juros e seus intervalos, destacando que esta é uma ferramenta que atua em duas fases: primeiro, por meio das condições de financiamento dos bancos, que depois se refletem nas decisões de consumo e investimento de famílias e empresas, "portanto, há um certo atraso".

Na semana passada, em sua última reunião do ano, o BCE anunciou uma nova redução das taxas de juros, a quarta desde junho e a terceira consecutiva, que entrará em vigor no dia 18 de dezembro. A partir dessa data, a taxa de juros oficial será fixada em 3%.

Durante a reunião, o Conselho de Governadores do guardião do euro discutiu a possibilidade de reduzir os juros em 50 pontos base, o que o mercado chama de corte "jumbo", conforme confirmado pela presidente da instituição, Christine Lagarde, na habitual coletiva de imprensa pós-encontro.

"Houve algumas discussões com algumas propostas para considerar possivelmente 50 pontos base, mas o consenso geral, no qual todos concordaram, foi que 25 pontos base era, de fato, a decisão correta", afirmou. A alta responsável também reconheceu que a inflação estava "realmente no caminho certo" para atingir a meta de 2% no médio prazo, o que deu confiança suficiente para aprovar um corte de 25 pontos base. Essa proposta foi acordada por todos os membros do Conselho de Governadores.

Como vão evoluir as taxas de juro a partir de agora?

A presidente do BCE também dedicou boa parte de suas explicações para esclarecer a mudança notável na comunicação do Conselho de Governadores. A instituição deixou de expressar o compromisso de manter as taxas de juros em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário. No entanto, Lagarde destacou que não há um compromisso prévio sobre o ritmo das próximas decisões, que continuarão a ser tomadas reunião a reunião, com base nos dados disponíveis.

Ainda assim, boa parte do mercado já prevê que a principal autoridade monetária e financeira da zona do euro poderá anunciar um corte de 50 pontos base em sua primeira reunião de 2025, marcada para 30 de janeiro. Isso ocorre em um momento em que a inflação se aproxima da meta do BCE (2%) e a atividade económica na zona do euro enfraquece cada vez mais.

Segundo o banco de investimento Renta 4, "o BCE eliminou de seu discurso a referência à necessidade de manter uma política restritiva, o que leva o mercado a aumentar suas expectativas de cortes de juros em janeiro para 50 pontos base, frente aos 25 pontos base anteriores. Ainda assim, Lagarde afirma que as decisões serão tomadas reunião a reunião e dependerão dos dados, enquanto o mercado projeta o nível final dos juros em torno de 1,75%. Segundo a presidente do BCE, a taxa neutra europeia poderia situar-se entre 1,75% e 2,5%, em qualquer caso acima dos níveis históricos (já que a inflação será estruturalmente mais alta no futuro)".

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