
Os bancos dos países da área euro absorvem de forma diferente as recentes descidas das taxas de juro diretoras decididas pelo Banco Central Europeu (BCE). Aqui, Portugal destaca-se como sendo um dos países europeus que mais tem espelhado os recentes alívios da política monetária nos juros do crédito habitação, tornando-se num dos mais competitivos da zona euro.
Após um período de forte aperto monetário entre 2022 e 2023 para travar a inflação na zona euro, o BCE já realizou quatro cortes dos juros diretores (num total de 100 pontos base) desde janeiro até dezembro - o último de 25 pontos base foi decidido na quinta-feira, dia 12 de dezembro. Este alívio da política monetária surge numa altura em que a inflação parece estar controlada (em torno de 2%) e a economia europeia precisa de estímulo, quer ao consumo quer ao investimento, onde a redução dos custos do financiamento bancário tem um papel importante.
Acontece que a transmissão da política monetária para os bancos do diferentes países europeus tem-se dado a diferentes velocidades. Portugal é um dos países que tem transmitido a descida dos juros do BCE, pelo menos, no crédito habitação, que tem ficado bem mais barato.

No conjunto dos 20 Estados-membros da área euro, Portugal aparece mesmo entre os países com taxas de juro no crédito habitação mais competitivas, com uma média de 3,39% em outubro. Esta taxa é mesmo inferior à taxa média da habitação no conjunto de países da zona euro (3,5%), revelam os dados mais recentes do BCE.
Contam-se apenas seis países que apresentam taxas médias nos empréstimos da casa mais acessíveis que no nosso país: Malta (1,81%), Espanha (3,2%), Itália (3,27%), França (3,27%), Bélgica (3,28%) e Eslovénia (3,34%), indicam os mesmos dados.
Há, contudo, outros países que apresentam taxas médias no crédito da casa bem superiores, à média da zona euro e acima dos juros de refinanciamento do BCE que estavam em 3,4% em outubro (agora em 3,15% depois do corte de quinta-feira). É o caso da Estónia (4,97%), Letónia (4,86%), Lituânia (4,76%) e do Chipre (4,29%), por exemplo.
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