
A Reserva Federal (Fed) norte-americana voltou a cortar os juros, em 25 pontos base, na reunião desta quarta-feira, dia 18 de dezembro. Esta foi a terceira vez que a Fed decidiu reduzir as taxas de referência. Sobre o futuro, o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, sinalizou que vai ser "cauteloso quando considerar mais cortes nos juros”.
Esta quarta-feira, a Fed decidiu avançar com aquele que é o terceiro corte dos juros de 25 pontos base (tal como já era esperado pelos analistas), deixando a taxa de juro de referência entre 4,25% e 4,50%.
Na justificação para esta decisão, os responsáveis da Fed apontam que "indicadores recentes sugerem que a atividade económica continuou a expandir-se a um ritmo sólido", salientando que "desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho melhoraram em geral e a taxa de desemprego aumentou, mas permanece baixa". "A inflação registou progressos em direção ao objetivo de 2%, mas permanece algo elevada", acrescentam.
Os analistas consultados pela Lusa tinham sinalizado também que era esperado um tom mais cauteloso relativamente ao caminho futuro, nomeadamente tendo em conta a incerteza internacional e possíveis impactos das políticas do presidente eleito, Donald Trump, que vai tomar posse em janeiro de 2025.
No que diz respeito a cortes futuros, a Fed indica que "ao considerar a extensão e o momento dos ajustamentos adicionais ao intervalo-alvo da taxa dos fundos federais, o Comité avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspetivas e o equilíbrio dos riscos". Também Jerome Powell frisou que o banco central vai ser "cauteloso quando considerar mais cortes nos juros” e “ajustamentos à política monetária”.
"O ritmo mais lento de cortes reflete leituras mais altas de inflação este ano" Jerome Powell, presidente da Fed
Além disso, "ao avaliar a orientação adequada da política monetária, o Comité continuará a monitorizar as implicações das informações recebidas para as perspetivas económicas", estando "preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir a concretização dos objetivos".
A Fed divulgou ainda uma atualização das previsões económicas, revendo em alta a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para 2,5% este ano e 2,1% no próximo, acima dos 2% estimados em setembro.
E Powell revelou que se espera que o nível das taxas de juro vai ser 3,9% no final de 2025, previsões medianas que "são mais altas que setembro", indicando um ritmo mais lento de cortes. "O ritmo mais lento de cortes reflete leituras mais altas de inflação este ano", admitiu o responsável do banco central dos EUA, ainda que assegurando que "à medida que a economia evolui, a política monetária vai ajustar-se".
Apesar da inflação estar mais elevada que o esperado, a Fed continua a considerar que está na trajetória de abrandamento e que ainda estão "no caminho para continuar a cortar”.
*Com Lusa
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