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Acordo permitirá “à Grécia manter-se de pé”, disse o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras.
GTRES

Agreement” (“Acordo”). A palavra foi escrita pelo primeiro-ministro belga Charles Michel na rede social Twitter e coloca um ponto final na incerteza em torno do futuro da Grécia. Um acordo conseguido “por unanimidade” e após uma longa maratona negocial em Bruxelas, confirmou, também no Twitter, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu.

“A cimeira da Zona Euro alcançou um acordo por unanimidade. Está tudo pronto para um programa de ajuda para a Grécia por via do Mecanismo Europeu de Estabilidade, com importantes reformas e um apoio financeiro”, disse Tusk, adiantando que os ministros das finanças vão agora, com caráter de urgência, discutir a melhor forma de ajudar a Grécia de forma a colmatar as suas necessidades financeiras a curto prazo.

Os líderes da Zona Euro estiveram reunidos em Bruxelas numa maratona negocial em busca de um acordo sobre um terceiro “resgate” à Grécia durante 19 horas de reunião. Em causa estará um novo pacote de ajuda para os próximo três anos com um montante estimado entre 82 e 86.000 milhões de euros

“Lutámos duramente até ao fim”, disse Tsipras

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras referiu que chegou-se a um acordo que permitirá “à Grécia manter-se de pé”. “Lutámos duramente até ao fim”, adiantou, em conferência de imprensa, salientando que foi um acordo “duro”, mas que foi evitada a “transferência de ativos gregos para fora do país”, já que foi levantada a hipótese de estes ativos serem transferidos para o Luxemburgo.

Enfrentamos dilemas difíceis e tivemos de fazer difíceis concessões para evitar a aplicação dos planos de alguns círculos ultraconservadores europeus”, disse Tsipras. “Evitámos o colapso do sistema bancário [e] conseguimos uma vitória na reestruturação da dívida e no financiamento de transição”, acrescentou.

Portugal deu ajuda importante

Pedro Passos Coelho revelou, no final da maratona negocial, que Portugal ajudou a desbloquear as negociações. O primeiro-ministro admitiu que quando já não parecia possível um acordo, os parceiros europeus e o governo de Atenas entenderam-se.

Portugal manteve sempre uma atitude muito construtiva” nas negociações com a Grécia, disse, frisando que foi uma ideia sua que ajudou a desbloquear o último obstáculo. “Devo dizer até que, curiosamente, a solução que acabou por desbloquear o ultimo problema que estava em aberto, que era justamente a solução quanto à utilização do fundo [de privatizações], partiu de uma ideia que eu próprio sugeri. Quer dizer que até tivemos, por acaso, uma intervenção que ajudou a desbloquear o problema”, referiu, numa conferência de imprensa no final da cimeira da Zona Euro.

Segundo Passos Coelho, foi Portugal que sugeriu que, do valor de 50.000 milhões de euros do fundo, “25.000 milhões pudessem ser utilizados para, de certa maneira, poder privatizar os bancos que estão agora a ser recapitalizados” e que, “acima desse valor, se pudesse então fazer uma utilização quer para abater à divida publica, quer para se poder financiar o crescimento em partes iguais”. 

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