O nível de incumprimento das empresas nunca foi tão elevado. Segundo o boletim estatístico do Banco de Portugal (BdP), até final de maio, as empresas tinham falhado pagamentos junto dos bancos num valor superior a 13,4 mil milhões de euros, o que representa um rácio de malparado (crédito vencido há mais de 30 dias) de 15,7% dos empréstimos totais (85,2 mil milhões de euros). Ambos os valores são máximos históricos.
De acordo com o Dinheiro Vivo, as séries do BdP remontam ao final de 1997. Se calibradas das operações de titularização, o nível de “default” das empresas piora para 16,1% do crédito total.
Este problema agudo de liquidez e até de insolvência traduz-se num género de paralisia empresarial. A procura interna, apesar de ter iniciado uma retoma tímida, não é suficiente para alterar esta situação de incumprimento que nunca parou de piorar desde que rebentou a crise financeira em 2008, mas que se tornou muito mais agressiva desde o início do programa de ajustamento, escreve a publicação.
Os bancos não respondem por terem dificuldades próprias ligadas à crise de crédito da Zona Euro, mas também porque as empresas, ao falharem pagamentos, ficam automaticamente sinalizadas no setor bancário, o que alimenta o ciclo vicioso.
De referir que o stock de crédito concedido às empresas recuou 11% em maio face ao período homólogo. Já o crédito malparado aumentou 6,3%.
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