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Trocado por miúdos: O teu cartão de crédito está bem protegido?
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Artigo escrito para o idealista/news, no âmbito da rubrica “Trocado por Miúdos”, por joao.raposo@reorganiza.pt, partner da Reorganiza.

O cartão de crédito é o instrumento mais vulgarizado para o recurso a crédito. Repara na facilidade com que tens um cartão nas mãos com dinheiro disponível para gastares quando e onde quiseres. Só o facto de ser tão fácil assim a utilização dos cartões de crédito devia pôr-te em alerta para os seus riscos. Contudo, o facto de ser um potencial meio de endividamento excessivo não significa que tenhas de incorrer em mais custos para o utilizar. 

O que distingue um cartão de débito de um cartão de crédito não é o seu aspeto. Aliás, nesse aspeto até são muito parecidos. Um cartão de débito só te permite efetuar operações com o dinheiro que realmente tens na conta. Um cartão de crédito permite-te utilizar mais do que aquilo que é realmente teu. Ou seja, podes recorrer a dinheiro a crédito sem precisares de nenhuma autorização especial. Podes assumir que um cartão de crédito é um crédito pessoal pré-aprovado pronto a ser utilizado. Esta constatação representa um perigo não só para o uso pouco ponderado, mas também para o caso de haver alguma falha de segurança. É que num cartão de crédito podem retirar bem mais do que o dinheiro que tens em conta.  

Aqui ficam algumas formas de proteger-te de fraudes com o teu cartão:

1 - Assina de imediato o cartão de crédito

Quando recebes o cartão em casa ele vem com o teu nome gravado na parte da frente, mas na parte de trás tem um espaço para assinar que por vezes é ignorado. O facto de não assinares a parte de trás do cartão é quase como teres um cheque em branco no bolso. Se alguém apanha o cartão pode assinar e ter um documento que comprove a assinatura. Por vezes, nas lojas estão mais preocupados em garantir a concordância das assinaturas do que propriamente com a evidência de ter o nome correspondente. Tudo depende da naturalidade com que o fraudulento atua.

2 - Utiliza um PIN apropriado

Recentemente saiu um estudo em que confirma que as pessoas continuam a recorrer com demasiada frequência a códigos fáceis de detetar. É verdade que é importante ter um código fácil de memorizar, mas não recorras a combinações como a data de nascimento, números iguais, algarismos sequenciais. E nunca tragas contigo o código. Cada vez tem sido mais frequente gravar os códigos dos cartões no telefone ou mesmo trazer nalgum papel na carteira. Assim será muito fácil que consigam utilizar todo o descoberto do cartão.

3 - Controla com minúcia todos os movimentos

Os bancos têm sistemas de segurança que bloqueiam os cartões quando há algum movimento suspeito. Por exemplo, se no teu cartão existir um movimento na Rússia e no mesmo dia fizeres um levantamento em Portugal, é muito provável que o cartão fique de imediato cancelado. Se existir mesmo alguma fraude vais ter de conseguir justificar que não foste tu a fazer aquele movimento. Para tal, ajuda muito estares documentado com todos os movimentos e pagamentos que fizeste com o cartão. Às vezes, nem precisa de ser uma questão de fraude, pode haver um erro informático de uma loja cobrar duas vezes a mesma compra. É fundamental que tenhas as contas bem controladas para provares a tua inocência.

4 - Nunca partilhes os dados do teu cartão

Um dos principais motivos para os portugueses terem cartão de crédito é porque este permite efetuar compras online. Realmente é um conforto poder comprar um bilhete de comboio sem sair da secretária ou encomendar um livro do estrangeiro para casa em apenas um minuto. Mas esse mesmo conforto pode ser revestido de algum perigo. Tem muita atenção aos sites que utilizas para fazer algum tipo de compras. Se em algum momento (por exemplo para efetuar uma reserva de hotel) pedem todos os dados do teu cartão, então desliga logo desse interlocutor. Se por algum motivo disponibilizas o número completo do cartão, a data de validade e o código de segurança (três algarismos que estão na parte de trás do cartão) estás a dar permissão para que utilizem o teu dinheiro e o descoberto do cartão para qualquer finalidade. Mesmo que digam para enviares essa informação num email, não te esqueças que tudo é espiado neste mundo virtual e é fácil ser detetado por algum “pirata cibernético”.

5 - Não percas de vista o teu cartão

Por último, tem atenção redobrada quando estás a fazer alguma compra em alguma loja que não te inspira grande confiança (estas situações acontecem com mais recorrência no estrangeiro). É muito frequente dar-se a clonagem do cartão. Ou seja, com um simples virar de costas no momento de ir buscar o Terminal de Pagamento podem conseguir retirar todos os dados necessários para fazer a replicação do teu cartão. E mais uma vez és tu que tens de provar que és inocente. Se o banco perceber que houve irresponsabilidade na utilização do cartão não vai cobrir esses valores que foram roubados da tua conta e és tu quem assume o prejuízo.

Como vês, esta facilidade de ter um cartão de crédito pressupõe responsabilidade na utilização do mesmo. E a responsabilidade não é apenas uma questão de segurança é também de gestão cuidadosa das finanças pessoais. Procura construir um orçamento familiar equilibrado que te ajude a ter as contas organizadas para que nenhum imprevisto com o cartão de crédito afete a saúde das tuas finanças pessoais. Na Reorganiza temos apoiado centenas de casos em que o cartão de crédito revelou-se a maior “dor de cabeça”. Mas depois da intervenção certa tudo não passou de um susto que se resolveu em poucas semanas!

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