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À semelhança de outros países europeus, a criação de um "banco mau" está agora em cima da mesa em Portugal. O Governo está a estudar um modelo que ajude à resolução do problema das imparidades e do crédito malparado. Em Itália, o caso mais recente, Bruxelas apenas aceitou que fossem dadas garantias públicas que ajudam os bancos a livrarem-se dos ativos problemáticos. Já em Espanha e Irlanda foram criados veículos para limpar os balanços da banca. E em Portugal qual será o modelo?

No domingo, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, António Costa defendeu que seria "útil para o país encontrar um veículo de resolução do crédito malparado, de forma a libertar o sistema financeiro de um ónus que dificulta uma participação mais ativa nas necessidades de financiamento das empresas portuguesas". Mas o primeiro-ministro não deu detalhes sobre a forma como atuaria esse veículo, quem seriam os seus acionistas e qual seria o papel do Estado.  

O que se pode aprender com outros "bancos maus"?

Na Europa, tal como recorda o Público, há vários exemplos de governos que decidiram avançar para uma solução que reduza o peso dos ativos tóxicos nas contas dos bancos. Há casos já com várias décadas, como o da Suécia, mas em três países, Irlanda, Espanha e Itália, as medidas tomadas surgiram já no decorrer desta crise. Olhar para elas pode dar pistas sobre aquilo que poderá vir a acontecer em Portugal.  

Para Portugal, a escolha do modelo vai depender não só das caraterísticas próprias do setor bancário nacional, mas sobretudo dos limites impostos pelas autoridades europeias e do impacto orçamental potencial das medidas. Na semana passada, recorda o jornal, o governador do Banco de Portugal, já tinha afirmado que "gostaria muito de ter tido a possibilidade de criar um NAMA ou um SAREB em Portugal, se tivesse finanças públicas capazes de suportar o financiamento de um NAMA ou de um SAREB".

A Associação Portuguesa de Bancos já veio dizer, em comunicado, que vê com "com agrado" uma solução para o elevado malparado da banca nacional que contribua "para acelerar a recuperação ou a venda dos créditos em mora, promovendo o fortalecimento do sistema bancário europeu".

Ainda assim, a instituição presidida por Faria de Oliveira que representa a banca nacional nota que "tais soluções deverão ser compatíveis com o quadro comunitário e permitir minimizar potenciais perdas de capital". 

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