
O setor imobiliário está a ser o destino da quase totalidade de investimento estrangeiro que está a ser feito em Portugal nos últimos meses, através dos vistos gold. Só em julho, foi registado um investimento global de 817 milhões de euros, dos quais 749 milhões (93%) foram canalizados para a compra de imóveis, de acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), citados pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), em comunicado.
Em julho passado, o investimento estrangeiro em Portugal no imobiliário através dos vistos gold ultrapassou os 86 milhões de euros, o que corresponde a 93% do total de investimento do programa, de acordo com a CPCI, com base em dados oficiais. O SEF revela ainda que foram dadas 1.358 autorizações de residência para investimento entre outubro de 2012 e julho de 2014.
Os vistos gold e o regime fiscal dos residentes não habituais são, por isto, "dois bons exemplos de incentivos" que devem ser avaliados para que possam chegar "à generalidade do território nacional", no ponto de vista do presidente da confederação, Reis Campos em comunicado.
E, para este responsável, "as expetativas ainda podem evoluir mais" se o investimento estrangeiro deixar de estar tão concentrado nos imóveis de Lisboa e do Algarve. "O nosso imobiliário é atrativo e deve ser dinamizado em todo o país e isso nem sempre tem acontecido".
Os dados do SEF "ultrapassam as expectativas e são oportunidades a não perder", diz a CPCI, acreditando que os "dois mil milhões de euros de investimento podem ser superados dentro de um ano". Os dados do SEF revelam 1.358 autorizações de residência para investimento entre outubro de 2012 e julho de 2014.
Um dos requisitos para a obtenção dos vistos gold é um investimento mínimo de 500 mil euros num imóvel, a par da obrigatoriedade de ter um registo criminal limpo e permanecer alguns dias por ano em Portugal. A grande maioria dos investidores estrangeiros são provenientes da China, seguindo-se a Rússia e o Brasil.
A confederação destaca ainda que "a meta dos 200 mil aposentados a viver em Portugal sob o regime fiscal de não residentes habituais tem de ser alcançada". Este sistema já permitiu atrair para Portugal "mais de três milhares de famílias europeias", assinala a CPCI.
O programa de vistos gold e o regime fiscal dos residentes não habituais "devem ser objeto de uma maior articulação com entidades como as autarquias locais, as comissões de desenvolvimento regional, entre outras, de forma promover outras áreas do país", lê-se no comunicado.
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