A construção do Centro POAO, o megacentro comercial chinês grossista, no concelho de Benavente, está a ser investigado pelo Ministério Público. Anunciado em 2016 como um investimento de 40 milhões de euros, este centro funciona como entreposto comercial onde as lojas chinesas se podem abastecer. Em causa estão várias denúncias, entregues ao MP e à PSP, por investidores chineses que alegam que foram vitimas de burla e que entraram no negócio para conseguir um visto gold, em troca de uma autorização de residência.
Segundo conta o Público, as queixas foram apresentadas contra a empresa promotora do investimento, a POAO II – investimentos imobiliários, os seus sócios e gerentes, os advogados que a representam, Rui Cunha, Glória & Associados, assim como a tradutora que apenas surge com o nome de Viviane.
E a abertura de um inquérito, de acordo com a mesma notícia, foi confirmada ao diário pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Jin Wenjun, um dos queixosos citados pelo Público, diz que “terão investido neste negócio, desde 2014 até 2017, cerca de 50 famílias chinesas”. “Estamos a falar de investimentos mínimos de 500 mil euros. Estamos falar de mais de 20 milhões de euros no total”.
A maior parte das queixas, detalha o jornal, refere-se ao facto de, no contrato de promessa compra e venda, que foi redigido em português e chinês, existirem duas palavras diferentes para definir o tipo de imóvel que estariam a adquirir. “Em português, está escrito armazém, mas em chinês está loja”, explica Jin Wenjun, que garante que jamais compraria um armazém.
A investidora fala ainda sobre o que lhe foi apresentado como negócio e o que ela acreditava que estava a comprar “eram duas lojas num conceituado centro comercial, perto de Lisboa por mais de 551 mil euros” e não “dois armazéns num centro grossista, onde só podem ir lojistas [o Centro POAO serve como uma espécie de entreposto onde as lojas de chineses, espalhadas pelo país, se podem abastecer] e que neste momento parece um local fantasma porque são poucos os armazéns que estão ocupados”.
Fonte da embaixada da China, segundo escreve o Público, também confirmou que foram comunicadas queixas, afirmando que é uma situação complicada que necessita de mais averiguações. “A embaixada está a acompanhar a situação no sentido de promover uma resolução do caso e de forma justa para ambas as partes”, disse a mesma fonte, citada na notícia em causa.
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