Porto ganha nova sala, com capacidade de até 8 mil pessoas, pela mão de consórcio privado.
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A polémica do pavilhão que se chamava só Rosa Mota e reabre como Super Bock Arena
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O Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota reabriu esta segunda-feira, dia 28 de outubro, na presença de várias dezenas de pessoas e, como já se esperava, sem a atleta Rosa Mota, dos vereadores da oposição na Camara do Porto e do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que alegou razões pessoais.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, desvalorizou as razões que contribuíram para a zanga de Rosa Mota - alegadamente devido ao facto de o seu nome ter sido associado à marca patrocinadora das obras no espaço, que a levou a sentir-se “enganada”, uma vez que esta não era a designação que tinha sido inicialmente acordada -, e preferiu valorizar uma obra que, segundo diz o autarca, vai colocar a cidade na rota dos grandes eventos.

“Não oculto que é com pena que hoje não esteja cá a Rosa Mota”, destaca Rui Moreira perto do final da sua intervenção, frisando, “mas o que vejo é o nome de Rosa Mota em vários sítios”.

O presidente da autarquia destacou, ainda, que “quando a cidade do Porto não era conhecida pelo que é agora, já era associada a uma bebida, o Vinho do Porto”.

Embora o nome de Pavilhão Rosa Mota apareça em segundo plano, depois da designação de Super Bock Arena, a verdade é que aparece escrito em vários locais, na entrada do pavilhão, no foyer do Centro de Congressos e depois no interior desta sala, aliás, uma das novidades deste projeto, com capacidade para 532 lugares.

“Um longo percurso de seis anos”

Rui Moreira destacou as dificuldades de um projeto que apresentou um percurso de seis anos, parte deles para resolver os conflitos que resultaram do concurso público internacional, lançado pela autarquia.

Alertou, ainda, para “as condições degradadas em que se encontrava” o Palácio de Cristal, “sem condições de salubridade, nem de segurança”.

Rui Moreira destaca que quando chegou à autarquia, encontrou “alguns problemas de resolução difícil”. Um deles, era o facto de o Porto “não ter um pavilhão multiusos que pudesse, em definitivo, colocar a cidade na rota dos grandes eventos económicos, desportivos e musicais”. Uma lacuna que ficou agora resolvida.

A obra de renovação do Pavilhão Rosa Mota foi assegurada pelo Círculo de Cristal – o consórcio que ganhou o concurso público e que reúne a Lucios e a PEV Entertainment.

Filipe Azevedo, CEO da Lucios, destaca que a “renovação de um edifício tão emblemático foi ambiciosa, mas temos a certeza que não deixará ninguém indiferente”. A equipa de projetistas foi liderada por Rosário Ferreira Almeida, da Ferreira de Almeida Arquitetos.

Nova etapa na vida do icónico Palácio de Cristal

O gestor frisou, ainda, que este é o “fim de uma etapa, mas é o início de outra, com 20 anos e duração”, referindo-se ao período de vigência do acordo de exploração celebrado com a autarquia. O consórcio vencedor assumiu todo o custo das obras de requalificação, além de pagar uma renda mensal de 4 mil euros durante a vigência do contrato.

Com um investimento inicial de 8,5 milhões de euros, o montante foi ultrapassado devido ao conjunto de melhorias que foram introduzidas, em que se destaca a criação do Centro de Congressos e a alteração da caixilharia que envolve o edifício ao nível do piso térreo, que não foi possível aproveitar, devido ao seu estado de degradação.

Contudo, Jorge Silva, que com o sócio Jorge Lopes, lideram a PEV Entertainment, prefere não confirmar o valor exato aplicado na renovação deste empreendimento.

A polémica do pavilhão que se chamava só Rosa Mota e reabre como Super Bock Arena
Círculo de Cristal

Sabe-se, contudo, que vai continuar a ser um equipamento multifunções, com capacidade para 5.500 lugares sentados, embora chegue às oito mil pessoas quando estiver num formato sem bancadas. Uma situação possível com o recurso a uma bancada amovível, que recolhe no último pavimento do piso um e que vai permitir eventos culturais, desportivos e empresariais de grandes dimensões.

A inauguração oficial do renovado Pavilhão Rosa Mota está agendada para o dia 31 de outubro, com um concerto dos Ornatos Violeta, que assinalam os 20 anos do álbum o Monstro Precisa de Amigos.

Até à data o espaço já conta com a confirmação de vários eventos, dos quais se destacam nomes como o projeto Amar Amália (16 de novembro), Lisboa Film Orchestra (8 de dezembro), Rui Veloso (14 de dezembro) ou Carmina Burana (28 de dezembro).

Sobre a realização de conferências num futuro próximo, Jorge Silva destaca que, neste momento, há já contactos, mas ainda é prematura avançar com mais informações.

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